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Coluna de Alencar Fossa PY3CEJ

Coluna de Alencar Fossa PY3CEJ

160 Metros: Uma loucura sadia!

Conhecida no mundo do DX (longa distância) como “Top Band”, por ser a faixa mais alta do radioamadorismo. É uma faixa simples de operar, tendo em vista exigir daqueles que a operam uma prática somente durante a noite, pois está classificada como ondas médias – 1.800 Khz até 1.850 Khz e sua propagação é somente à noite e, em dias de boa propagação, alguns minutos após o amanhecer e antes do anoitecer (principalmente em dias frios).

Para estabelecermos contatos bilaterais (TWO WAY) entre estações que estão ambas na escuridão, devemos esperar o anoitecer, ao pôr-do-sol e vai até ao amanhecer, ou seja, nascente do sol.

Nesta faixa dos 160 metros, fazer rádio local é sem dúvida, de certa forma fácil, porém tentar DX é realmente fantástico, nada difícil, porém muito trabalhoso e devemos ter muita paciência e persistência.

Devemos fazer um roteiro a seguir. Fazer todo o tipo de anotações que ouvir: uma letra ou número (quando DX em CW), palavras como ALFA, ZULU devem também ser anotadas, juntamente com o horário e freqüência, pois se você não conseguir escutar o indicativo (Call) completo, em uma outra noite poderá ter a sorte de escutar a mesma estação e ficar sabendo que era ela que estava na freqüência.

Como em todo o Mundo não é noite ao mesmo tempo, devemos observar que a cada hora, uma zona do mundo fica noite e a outra amanhece. Da mesma forma a propagação acompanha este fenômeno. A propagação está mudando sempre na direção de LESTE para OESTE (vindo do Continente Africano) e do SUL para NORTE, mas, por trás do Globo Terrestre, subindo até ao Ártico e descendo até o Alasca.

Nos anos 80, como tínhamos pouco material auxiliar para DX, criei uma Tabela de Fusos Horários que se chamava FUSO-MATIC que consistia de um “disco móvel” que se colocava o fuso horário do seu QTH, ou meridiano, com a hora correspondente, e rapidamente encontrava-se as zonas do mundo que era noite e a possibilidade de fazer DX, e com os seus respectivos prefixos do mundo. Foi uma maravilha. Hoje temos os computadores,... etc. Mas apresento este trabalho que fiz para o pessoal conhecer um pouco de minha dedicação para esta faixa dos 160 metros. É muito importante aos radioamadores e radioescutas que se dedicam a explorar faixas baixas que dêem uma atenção aos fusos horários. Você vai encontrar e descobrir maravilhas. Pôr-do-sol, Nascer-do-sol, primavera, verão... é muito gratificante.

Sintonize uma estação de rádio de AM de média distância e acompanhe esta emissora o ano todo, no mesmo horário; estações do ano diferente; fases da lua diferentes e você irá descobrir que determinada noite a estação de rádio é melhor ouvida, sem estática; outras noites com muitas estáticas! Confira que fase da lua estava. Você não acreditará e com o tempo, saberá qual noite é “boa para o DX”.

Como esta faixa dos 160 metros desperta um interesse tão grande e o pessoal começa a gostar da banda, fazer teste, etc, eu em 14/06/1997 prevendo um futuro congestionamento de estações, fiz um ofício ao Ministério das Comunicações, solicitando um estudo para a possibilidade de aumento da referida faixa como em outros países do mundo, ou seja, de 1.850 Khz até 2.000 Khz, ficando então nosso segmento de 1.800 Khz até 2.000 Khz. Infelizmente, até hoje aguardo resposta! Fiz minha parte. Esperança nenhuma!

Para aqueles que pretendem iniciar suas “caçadas” de DX em 160 metros, corujar (escutar) é a melhor opção. Esta faixa se caracteriza somente para DX e não se costuma bater-papo, e é considerado mais experiente aquele que fala pouco. Quando em contato DX, se costuma passar os sinais “RS” e o indicativo de chamada, dispensando às vezes, o nome do operador. A melhor época do ano para a Top Band é o inverno. A partir do início da Primavera nota-se o ruído de estática aumentar e vai melhorar após o Verão.

Eu, com vários anos de prática todos os dias, descobri para mim que a melhor época para fazer DX é o nosso Verão. Porquê? Por que no outro hemisfério é o Inverno e a atividade está muito ativa. Para isto, você terá que fazer várias antenas (vertical, horizontal, oblíqua, long wire, etc) porque numa delas, você terá menos estática e a possibilidade de ouvir a estação DX! Não esqueça de colocar “esponja” dentro dos fones de ouvidos para ajudar a “filtrar” os sons de estática, etc., sem contar com o treinamento para acostumar o ouvido a “não ouvir estática” e sim, se concentrar somente no “som” do DX. É difícil, mas eu consegui. Trabalhar na Top é uma arte, deve-se ter um pouco de talento; e experiência de um radioescuta veterano.

Na Europa existem estações que só fazem 160 metros, onde seu progresso técnico é grande; também nos Estados Unidos existem clubes para esta faixa, trocando idéias e experiências adquiridas com outros clubes.

Esta faixa atrai os radioamadores porque é uma faixa “desafiadora”, desde a instalação da antena à sua operação, porque cada país que se recebe com a confirmação (cartão QSL) é uma alegria e satisfação à parte!

Abaixo, enumero alguns itens que dificultam sua operação e instalação:

− a antena exige um espaço físico muito grande, mais ou menos 80 metros de fio (dipolo);
− faixa bastante ruidosa, recebe-se o pior sinal, uma propagação variável, necessita-se além de bom ouvido, muita sensibilidade, exigindo o máximo do operador. Quem já fez muito DX em ondas médias (530 Khz a 1.600 Khz) terá aprendido muito, pois 160 metros é Ondas Médias e as características são as mesmas (Fanding, Fases da Lua, etc.);
− exige potência na transmissão e poucas perdas;
− alguns países não são permitidos a operar nesta faixa;
− as freqüências de operação, não são iguais para todos os países;
− operação cansativa, mas gratificante quando de sua confirmação;
− da relação de prefixos existentes no mundo (335), talvez 90% trabalham em 160 metros, os outros 10% só em eventos especiais.

Optar para a freqüência da Top Band (160 metros) é de certo modo uma “opção inteligente”, uma vez que o silêncio da noite e principalmente das madrugadas, você já deu atenção ao seu trabalho diário, atenção ao QTH (casa) familiar, tudo isso durante o dia, podendo se dedicar exclusivamente a Top.

Devemos observar certos princípios que esta faixa exige:

− curta chamada geral, repetindo mais seu indicativo de chamada;
− curto QSO (conversa), poucas palavras quando em telegrafia, usando o código “Q”;
− pelo pequeno espaço de freqüência, não deve-se ficar de papo, para não prejudicar àqueles que estão a procura de DX.
− fazer planos, horários, tabelas para praticar o DX, prever zonas noturnas no instante que se está no rádio.

Nesta faixa, existem 3 camadas que permitem ou impedem o contato bilateral (two way) à noite, que são:

1) aquela em que você ouve e é escutado pela estação;
2) aquela em que só você escuta, porém não é escutado;
3) aquela em que só você é escutado, porém não escuta.

Isto acontece muito nesta faixa e o melhor horário para a prática do DX é entre 20 horas PY às 02 horas PY e das 05 horas às 06 horas da manhã. Mas às vezes poderemos observar a posição da lua. Quando a mesma está posicionada a mais ou menos 180º da antena (quase no horizonte), costuma-se fazer bons contatos à longa distância.
O DX em CW concentra-se entre 1.818 Khz até 1.833 Khz. Em fonia de 1.838 Khz até 1.850 Khz, sendo 1.843 Khz até 1.850 Khz as janelas para DX.

ZONA 29

Como é sabido, esta Zona 29 do WAZ é a mais difícil de se estabelecer contato em faixas baixas, para nós brasileiros. Ela praticamente tem somente dois meses de possibilidades para o TWO WAY: final do mês de maio até os primeiros dias do mês de julho. Tem que se ficar muito atento. Eu, com o estudo dos fusos horários, consegui trabalhar 3 estações, sendo que uma delas fiz a proeza de trabalhar em SSB (fonia) ao anoitecer e outra vez ao amanhecer. São relíquias da propagação.

Apresento cópia dos cartões QSL:

O contato com a estação VK6HD foi de extrema habilidade e de um final feliz.

Pelos meus cálculos, o horário ideal e máxima propagação seriam às 20 horas PY. Não deu outra. Exatamente às 20 horas PY (23 h UTC) estabeleci contato com VK6HD em CW, no dia 24/06/2001.

Tempos depois, alertado por um radioamador de Porto Alegre, este me disse que no site do OH4MFA estava a gravação do QSO feito entre eu, PY3CEJ e VK6HD. Depois de ouvir pela Internet, entrei em contato com OH4MFA, solicitei uma cópia do contato, e pedi a ele que me descrevesse o seu sistema de antenas para recepção. Quando recebi a gravação, veio a surpresa de seu sistema de antenas. Como ele está na Finlândia, tinha uma antena Beverage a 60º para escutar a América do Sul e outra a 240º para escutar Austrália. Foi uma triangulação perfeita, onde o maior mérito foi para OH4MFA, pois escutou as duas estações ao mesmo tempo, onde eu e o VK6HD só tínhamos que escutar um ao outro!

QRP

Muito se tem feito em baixa potência de alguns contatos a longa distância. Para aqueles radioamadores que moram em apartamentos, conjuntos habitacionais, se obrigam às vezes, a usar pouca potência para não dar TVI. E ali aparecem bons contatos despertando uma categoria nova para aquisição de Diplomas e Certificados.

Eu fiz muitas experiências, principalmente para testar a recepção. Pedia para baixar a potência e ver o resultado. Ouvi muitas estações como, por exemplo: CP4BT, N4IS, DL6IY e dezenas mais. Hoje eu já sei que minha antena está boa, pelas experiências QRP!

SWL

Tenho mais ou menos uma centena de cartões QSL de SWL (Short Wave Listening), só na faixa dos 160 metros. É um acontecimento bastante salutar. Com o crescimento e melhores equipamentos de escuta, o SWL dá ao operador DX uma segunda alegria às vezes, com maior riqueza de informações. Coloco alguns cartões QSL como exemplo.

Técnicas de DX

Muitos radioamadores vêm para 160 metros fazer DX na mesma disposição das faixas altas isto é, pressa, rapidez, espera receber 59+, e... ficam frustrados às vezes, até desistindo da faixa dos 160 metros dizendo “que é muito barulhenta”, etc. Acontece que nesta faixa iremos encontrar QRM, QRN, QSB, sons estranhos intercortados, etc., e devemos ter uma técnica diferente para operar e obtermos sucesso.

CW

Para operarmos em CW, devemos transmitir em “QRS” isto é, uma cadência mais baixa, em torno de 7 a 10 palavras por minuto. Isto porque, quando você transmite muito rápido seu indicativo, você vai escutar às vezes, da estação DX seu indicativo com letras diferentes, trocando até um ponto por um traço. Fica ilegível seu indicativo a longa distância. Às vezes, até o som fica diferente, parece o som de “bolhas d’água”, o sinal praticamente morre na antena. Então, a melhor maneira é QRS.

Faça chamadas DX curtas, e depois de estabelecido o contato, não se preocupe em saber o QRA, QTH da estação DX, pois a propagação provavelmente não vai “deixar”. Procure o nome e local depois no QRZ.com, com calma. Às vezes, você pode ser mais direto ainda: dê apenas seu indicativo e reportagem, omitindo as letras RST, ficando assim: PY3CEJ 459 PY3CEJ 459 K.

Lembre-se, você está em 160 metros, muita estática, etc. Outra dica: chame DX, por exemplo, em 1.822 Khz e, aos poucos, não recebendo nenhuma contestação, gire o VFO para 1.822.5 Khz ou, 1.823 Khz pois a freqüência pode estar “limpa” para você, e em outros lugares distantes está o maior QRM e você não será ouvido.

Quando você chamar DX em uma determinada freqüência, não mexa mais na sintonia, fique utilizando somente o “clarifier”, ou o segundo receptor do seu equipamento. A estação DX irá sintonizar a sua transmissão da melhor maneira que ele puder (filtro, shift, etc...) e, se você tentar retocar a sintonia do seu equipamento, a estação DX achará que você não “voltou”, pois ele não o escutará mais já que você saiu da sintonia dele. Então, use o clarifier.

Procure fazer um chamado DX lentamente e, após a letra “K”, escute ....escute.... com o clarifier, não mexa na sintonia do rádio. Algumas estações chamam desesperadamente DX e, logo após a letra “K”, não esperam, não escutam um pouco e voltam a chamar “DX” e, às vezes, o DX está contestando.

Hoje em dia com a Internet está mais fácil, você vai para o “cluster” e “vê” a estação DX na freqüência, etc. Isto tirou o prazer da escuta, da “caçada inesperada”. Agora é como pescar sabendo onde o peixe está. Colocar e tirar!

SSB

Em fonia a coisa fica mais difícil ainda. Tem que ter um bom par de fones de ouvido, com boa sensibilidade e conforto (você ficará horas com ele nos ouvidos). Quando chamar DX em SSB, também tem que ser um ritmo pausado, pois há muita estática e se você falar rapidamente, a estação DX irá entender outro som, diferente da sua pronúncia. Se você disser a palavra “CANADÁ” muito rápido, a estação DX poderá sofrer um “estático” naquele momento e não vai saber o que falaste. Agora, se você pronunciar “CAaa...Naaa...Dáa...”, a estação DX vai sofrer o estático mas vai ouvir uma ou duas sílabas e vai interpretar a palavra: ...NADÁ, como CANADÁ.

Se a estação DX te contestar, pedindo que você repita “ONLY=SOMENTE” o sufixo, isto quer dizer que ele já pegou as letras iniciais do teu indicativo e, se você responder todo o seu indicativo, irá confundir a estação DX. O mesmo serve para números. A estação DX pede: “Please, only number the call”. Você tem que responder somente o número. Algumas estações repetem todo o indicativo e fica uma salada de frutas!

Lembre-se: Você pode estar numa freqüência “limpa” mas não sabe das condições que está a estação “DX” (QRM, apitos de heterodinas de AM, lâmpadas fluorescentes, etc.), temos que responder somente o que a estação DX perguntar.

Nesta faixa devemos ter muita ética (se conseguires, hi). Se uma estação está em QSO com outra estação DX, por exemplo, ZS2, não fique gritando o seu indicativo por cima. A estação DX já anotou e contestou a estação que chamou “CQ DX”. Aguarde sua vez.

Muito salutar é utilizar filtros de 1.8 Khz de largura, pois eliminam o “chiado” da largura dos filtros originais de 2.4 Khz e a sintonia fica como uma “alça de mira”. Mas recomendo muita escuta e treino para o ouvido, quando da utilização de filtros mais estreitos senão, você irá pensar que não é “possível”. Lembro-me quando tinha a linha Collins separada, eu fazia DX em SSB nos 80 metros com filtros de 1.5 Khz de largura. E ouvia muito VK6, isto com gente grande na freqüência que não ouviam nada! O segredo é estreitar a largura. É como os FT 1000, se não tem os filtros, fica um equipamento igual aos outros, mas, com filtros, o comportamento é outro, se destaca mais. O segredo de usar filtros estreitos, é que funcionam realmente para captar a estação DX, que já está sem força e ela fica audível. Se escutarmos uma estação local com filtros estreitos, fica uma bagunça, pois há “excesso” de sinal e satura tudo.

Quando em Contestes, acontece aquele “pille-up” e geralmente tem àqueles apressados, falando e atrapalhando o “número” que a estação DX está tentando te passar. É, não tem solução, apesar dos radioamadores brasileiros serem os mais “educados” do mundo para este tipo de interferência, o melhor é ter habilidade. Deixa o apressado tentar e, se ele não conseguir, você volta a chamar a estação DX. Nestas competições em faixa baixa, sempre estão com pressa e perdem muitos contatos por não fazerem uma escuta mais prolongada.

A potência ideal para DX em 160 metros, seria em torno de 500 Watts. Eu sempre utilizei um amplificador Linear Yaesu FL 2100Z e o resto é a antena que tem que fazer seu papel: baixa ROE, bons cabos coaxiais, bom aterramento, etc. Não adianta sair com 2 KW e perder mais da metade na antena.

Tenha no “Shack” material auxiliar, de rápida visualização como; Mapas, Globo, Fusos Horários sempre atuais, relação do DXCC atualizado, informações de atividades DX em andamento, expedições, etc. Nesta faixa, geralmente se costuma enviar o cartão QSL via direta, principalmente se é figurinha para você. Junte 2 ou 3 IRC para resposta.

Antenas

Para esta faixa dos 160 metros, eu recomendo o mais simples possível. Se tiveres espaço, use a fórmula de cálculo para o dipolo e suspenda o centro o mais alto possível. Lembre-se que a onda dos 160 metros é muito grande e quanto mais se facilitar para esta onda entrar na antena e ressonar, melhor será o seu desempenho.

Nestes meus anos de 160 metros, já fiz contatos com colegas que testavam de tudo na recepção: antenas de ferrite, de quadro, amplificadores, etc., mas quando eu escutava o DX, estes colegas só escutavam a mim.
A onda dos 160 metros quer é fio para “entrar” e ressonar. Não saia das fórmulas já conhecidas para cálculos das antenas, que não irá se arrepender. O segredo das faixas baixas é a altura. Tendo-se altura e um fio bem cortado e ajustado está ótimo (Uma “V” invertida a boa altura irá receber e transmitir para todos os lados).

Eu, de tanto espichar fio, resolvi fazer uma antena vertical que é excelente na transmissão e uma dipolo que me desse boa recepção. Como o cálculo para vertical de ¼ de onde é 71.10/f e para o dipolo 142.5/f, resolvi unir as duas. Ficou uma antena de 38,55 metros de altura e, 38,55 metros para baixo do solo isolada por canos PVC.

Ressonou muito bem em 1.845 Khz e 1.848 Khz. Para dar um bom aterramento coloquei a mesma dentro de um açude com vários radiais e a base da antena (Torre), coloquei uma lâmina de alumínio de um metro de altura, que faz o contato e acompanha a subida e descida da água, mantendo sempre o contato: “alumínio-água-radiais”. A água neste caso, em contato com o alumínio, se torna um radial natural de boa condutividade e, 360º.

Comecei a operar todas as noites com o Yaesu FT 902-DM e FL-2100Z. Comecei a receber reportagens dos USA, de 59+ 30db. Incrível. Em quase todos os estados americanos.

Não demorou muito, e o W2VU-Richard S. Moseson, editor da “CQ Amateur Radio”, solicitou detalhes para publicação, o qual fiquei muito honrado. Na “CQ Amateur Radio” de janeiro de 2002 foi feita sua publicação, onde lá estava o meu simples projeto. O pessoal da “CQ Amateur Radio” gostou tanto, que repetiu a reportagem na revista “CQ Amateur Radio” da edição espanhola de fevereiro de 2002. E agora, brindo àqueles que não tiveram a oportunidade de ver as reportagens, colocando cópias da “CQ Amateur Radio” neste site. Projeto simples, fórmulas matemáticas comuns a nós radioamadores, é mole? Não invente, o Padre e o Marconi já fizeram isto!

Diplomas

Muitos certificados são oferecidos para os operadores desta faixa. Temos o DXCC, WAZ, WAS, WAC entre outros.

Para o DXCC, são necessários 100 países confirmados ou mais. Você já pode solicitar o seu Diploma. È o certificado mais fácil de se obter, onde num final de semana de Conteste, você poderá chegar aos 100 países. Muitos radioamadores conseguiram este feito. Hoje em dia, com a propagação em baixa, fica difícil.

Para o WAC, são necessários um contato por continente, totalizando 6 continentes, é um pouco mais difícil. O WAZ é outorgado àqueles que conseguirem trabalhar e confirmar as 40 Zonas do Mundo. É muito difícil e é necessário ficar no rádio horas e horas durante a noite toda. Exige estudo e planejamento: propagação, fusos horários, participação ativa em todos os Contestes Internacionais, etc.

Finalmente o WAS. VIVA! Este é atualmente o Certificado da ARRL mais difícil de se obter nos 160 metros e, muito cobiçado.

O WAS consiste na comprovação através dos cartões QSL’s, de contatos com todos os estados americanos, incluindo o Alasca e o Hawaí, totalizando 50 contatos (50 estados). Devem-se remeter os cartões QSL para a ARRL para checar os contatos.

Muitos radioamadores no mundo conseguiram este belo Certificado na modalidade “CW”. Eu, como já havia trabalhado muitas estações de diversos estados americanos, resolvi trabalhar em fonia SSB, até porque ninguém tinha ganho este Certificado desta forma. Levei quase 18 anos, mas consegui.

Sou o primeiro e único radioamador do mundo a conquistar o WAS em 160 metros – SSB.

Coloco neste site a cópia de meus diplomas favoritos e, aproveito para mencionar algumas “dicas” para àqueles interessados em obter o WAS em 160 metros. Em CW é mais fácil. Agora em fonia tem que se armar bem. Primeiramente, tem que instalar uma boa estação com linear, dipolos para o Norte e Oeste americano, para obter-se uma boa recepção. Muitos radioamadores não associam os fusos horários do mundo com o seu. Por exemplo: Se um determinado radioamador for para o rádio às 21h PY e chamar pelo “CQ WAS”: conforme a época do ano, irá encontrar todos os USA à luz do dia. Não obtendo êxito. Devemos verificar todos os fusos horários americanos e trazer até o nosso, fazer o cálculo para as possibilidades, etc. Você, por exemplo, só tem propagação a partir das 03:00 PY para o estado da Califórnia, onde será 21 horas local. Para o Hawaí e Alasca, a propagação somente pela manhã entre 06:00 e 07:00 PY.

Este Certificado WAS, juntamente com o WAZ e WAC, são os meus maiores troféus em 160 metros. Consegui numa época onde não se fazia “Sked” pela Internet. Era tudo no rádio. Acredito que nesta época de má propagação, diminuição de operadores, eu seja por um longo tempo o único a possuir o WAS 160 metros−SSB.

Boa sorte a todos que irão tentar o WAS. Vão precisar. Rezem!

Bônus

Para finalizar, quero agradecer a todos que me deram alegrias em todos este anos de rádio. O importante é levar tudo amistosamente. Ouvir muitos e filtrar o que é bom e aproveitável. Nossa sociedade é muito homogênea.

Deixo uma tabela de Horários para DX com o Japão, para àqueles que almejam trabalhar o Diploma WAJA (47 Prefeituras-Estados). Vou mencionar algumas dicas de como conseguir trabalhar este diploma em SSB nas faixas de 40 e 80 metros, sendo eu o único que conseguiu aqui nas Américas.

DX em 40, 80 e 160 Metros

 

 

 

 

 

 

 

 

NASCER e POENTE do Sol no Japão (Horário JA, PY e UTC)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MÊS

DIAS

HORÁRIO NO JAPÃO

HORÁRIO DE BRASÍLIA

HORA UTC

 Nascente  

Poente

Nascente

Poente

Nascente

Poente

JAN

05

07:08

16:57

19:08

04:57

22:08

07:57

15

07:06

17:07

19:06

05:07

22:06

08:07

25

07:02

17:17

19:02

05:17

22:02

08:17

FEV

05

06:54

17:29

18:54

05:29

21:54

08:29

15

06:45

17:38

18:45

05:38

21:45

08:38

25

06:33

17:48

18:33

05:48

21:33

08:48

MAR

05

06:22

17:57

18:22

05:57

21:22

08:57

15

06:07

18:06

18:07

06:06

21:07

09:06

25

05:54

18:13

17:54

06:13

20:54

09:13

ABR

05

05:38

18:23

17:38

06:23

20:38

09:23

15

05:25

18:30

17:25

06:30

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25

05:13

18:38

17:13

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20:13

09:38

MAI

05

05:02

18:47

17:02

06:47

20:02

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15

04:52

18:54

16:52

06:54

19:52

09:54

25

04:46

19:03

16:46

07:03

19:46

10:03

JUN

05

04:42

19:09

16:42

07:09

19:42

10:09

15

04:41

19:14

16:41

07:14

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25

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19:17

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10:17

JUL

05

04:46

19:17

16:46

07:17

19:46

10:17

15

04:53

19:14

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25

04:58

19:09

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10:09

AGO

05

05:08

18:59

17:08

06:59

20:08

09:59

15

05:15

18:49

17:15

06:49

20:15

09:49

25

05:23

18:36

17:23

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20:23

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SET

05

05:31

18:22

17:31

06:22

20:31

09:22

15

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OUT

05

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17:55

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08:38

15

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NOV

05

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17:00

18:23

05:00

21:23

08:00

15

06:32

16:52

18:32

04:52

21:32

07:52

25

06:42

16:47

18:42

04:47

21:42

07:47

DEZ

05

06:51

16:44

18:51

04:44

21:51

07:44

15

06:59

16:46

18:59

04:46

21:59

07:46

25

07:05

16:50

19:05

04:50

22:05

07:50

40 Metros

A melhor época para trabalhar o JAPÃO são os meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Faça uma antena “V” invertida, o mais alto possível, coloque as pontas da antena amarradas nos lados Norte e Sul geográficos. A onda vai cair direto no Japão (a minha tinha 30 metros de altura). Coloque um linear, pois vai acontecer “pille-up” e você deve atender a todos, dizendo apenas e somente: “59 e o call”, e já diga: QRZ?, e assim sucessivamente. Trabalhe, se puderes, todos os dias, mas nos fins de semana, feriados e no carnaval é um ótimo período.

Eu tenho gravações em vídeo dos anos de 1995, 1996, ... onde em uma hora pela manhã, trabalhava 120 estações japonesas. Esta também era uma maneira de eu corrigir alguns vícios e, então, eu aprimorava a minha maneira de operar, olhando o vídeo posteriormente. Trabalhava com um FT101E e um linear da Delta 1000(um casamento perfeito, nasceram um para o outro). O coaxial da antena chegava a “amolecer” de tanta RF, TVI, ROE, gripe, etc., mas, caía tudo no Japão e meu alto-falante estava cheio deles.

Nesta faixa à tardinha também temos ótima propagação com o Japão. Como na manhã, a abertura de propagação é de mais ou menos 90 minutos, tanto a tarde como na manhã (sempre preferi as manhãs).

80 Metros

Segue os mesmos critérios para a faixa dos 40m, porém a propagação se limita a apenas 40 minutos. É um diploma muito difícil. Dificílimo. Você tem que contar com vários fatores de sorte: propagação, freqüência livre nas laterais; sem àqueles radioamadores chamados de “caroneiros” do DX, só aparecem quando você consegue um DX e ficam atrapalhando, pedindo oportunidade para tentar o DX, aí você quer ser cortês e ...e... tá ferrado! O cara gosta e não te devolve a freqüência. Fica respondendo os chamados de outros DX’s e, você baila!

O que fazer? O melhor é manter o ritmo do DX, pois se deres oportunidade, perderás esta oportunidade, pois seu CALL já está sendo “divulgado” pelas estações do Japão e várias estações estão na fila e, somente irão dizer: JA3AO 59, não dizendo seu Call, porque já sabem.

Se você não der oportunidade, você vai conhecer toda a educação do operador e vai enfrentar de tudo: sintonia, assobio, apito, palavrão, etc. Sem contar que, quando você está no maior “pille-up”, entra naquele momento e horário habitual, àquele “comandante”: “Rodada do ....”. Não é fácil. Isto acredito que seja um dos itens para se conseguir o WAJA. Temos que manter a ética. Não é e não foi fácil. Tenho gravações em vídeo destes absurdos e destes momentos “felizes”.

Quero finalizar dizendo que preferia a faixa dos 80 metros à tardinha. Relaciono os nomes das 47 Prefeituras a serem trabalhadas.
Nesta faixa dos 80 metros, eu tinha uma “V” invertida a 40 metros de altura e consegui nas bandas de 40 e 80 metros quase 6 caixas de sapatos cheias, com cartões QSL’s guardados na posição vertical (em pé).

160 Metros

Comecei a tentar, consegui 7 Prefeituras em CW e resolvi parar pois estava “pirando”. A propagação, quando tem é de apenas 10 minutos pela manhã e pela tarde. Resolvi voltar ao normal. Desisti!

Relação das Prefeituras e Estados:


WAB

Este diploma é outorgado pela LABRE Central a todo radioamador que comprovar haver mantido contato com estações de todos Estados Brasileiros, DF, Territórios e Ilhas.

Sendo um Diploma Brasileiro, é muito difícil até para nós, pois o Brasil é muito grande e as distâncias também.  Eu como ninguém, ainda não conseguiu em 160 metros, estou tentando, me faltam somente 8 Estados. A dificuldade está em encontrar quem faça 160 metros ou 80 metros, para fazer tentativas.

Estou a procura de colegas que tenham antenas para faixas baixas, para tentarmos um “Sked”. Os prefixos que me faltam são:

PP6 – Sergipe
PP7 – Alagoas
PR7 – Paraíba
PS7 – Rio Grande do Norte
PP8 – Amazonas
PQ8 – Amapá
PR8 – Maranhão
PV8 – Roraima

Quando conseguir este Diploma, prometo divulgar todos os indicativos que trabalhei e colocar a cópia deste Certificado neste site.

Por aqui encerro este site, acreditando que tenha sido útil à maioria dos radioescutas e radioamadores e, conforme sua aceitação, poderei aumentar um pouco mais este site contando um pouco mais de minhas experiências em faixas baixas.

Abraços a todos.

ALENCAR ALDO FOSSÁ
PY3CEJ

py3cej@terra.com.br
 

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