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Como encontrar as estações |
ORGANIZAÇÃO DAS FAIXAS
QUE FAIXA UTILIZAR E A QUE
HORA DO DIA ?
O SOL E A GREY LINE
USANDO UM RADIO DE ONDAS CURTAS
QUE ANTENA DEVO USAR ?
O espectro das ondas eletromagnéticas que compreendem as Altas Freqüências (HF), está organizado em bandas, que são padronizadas internacionalmente, girando em torno da freqüência central correspondente ao seu comprimento de onda.
As estações de ondas curtas não transmitem indiscriminadamente através das bandas de freqüências, e sim, para cada estação são alocados freqüências as quais podem usar, de acordo com acordos internacionais de forma a evitar interferência entre as emissoras. A zona de freqüência ( cuja unidade é metro ) está representada na tabela abaixo. Atualmente, são 14 bandas de radio difusão em ondas curtas. Muitas estações no mudo selecionam diversas bandas para suas transmissões. Isto porque cada banda apresenta condições de propagação específicas, que variam conforme a estação do ano, horário, ciclo solar e outros fatores abordados na página referente à Propagação.
A padronização das faixas e sua utilização, é efetuada pelo ITU - International Telecomunications Union. A tabela abaixo está atualizada segundo a WARC-92 - convenção ocorrida no ano de 1992 que ampliou algumas faixas de radio difusão existentes e criou a faixa de 15 metros.
Bandas de radio difusão nas ondas curtas
kHz |
MHz |
Banda |
Principais Características |
2.300-2.495 | 2 | 120 | Banda exclusiva da zona tropical - estações locais |
3.200-3.400 | 3 | 90 | Banda exclusiva da zona tropical |
3.900-4.000 | 4 | 75 | Na Ásia e Oceania, usado para serviços domésticos - BBC e Londres, RFI, Deutsche Welle |
4.750-5.060 | 5 | 60 | Banda exclusiva da zona tropical |
5.730-6.295 | 6 | 49 | Transmissões de media distancia - serviços internacionais |
6.890-7.600 | 7 | 41 | Ótimo para média distancia - serviços domésticos e internacionais excluindo América do Sul |
9.250-9.990 | 9 | 31 | Usado dos estações locais e internacionais ao redor do mundo |
11.500-12.160 | 11 | 25 | Permite recepção de grandes estações internacionais |
13.570-13.870 | 13 | 22 | Banda ótima para distancia de aproximadamente 3000 km |
15.030-15.800 | 15 | 19 | Ocupado por estações topo de linha com potencia de 100 kW ou maior |
17.480-17.900 | 17 | 16 | Ocupado por estações topo de linha com potencia de 100 kW ou maior |
18.900-19.020 | 19 | 15 | Ocupado por estações topo de linha com potencia de 100 kW ou maior |
21.450-21.850 | 21 | 13 | Ótimo para períodos quando numerosas manchas solares aparecem. Do contrario, não é adequada para os meses de inverno |
25.670-26.100 | 25 | 11 | Adequado para uso durante intensa atividade solar, assegurando boa recepção durante o verão |
Nesta tabela, também está sumarizado a principal característica da banda, de forma a facilitar a relação entre as características de propagação das faixas, e sua utilização ao redor do mundo.
QUE FAIXA UTILIZAR E A QUE HORA DO DIA ?
Diferente da escuta das emissoras locais de ondas médias e FM que estão presentes em nossa cidade, sintonizar emissoras em ondas curtas requer um conhecimento mínimo do comportamento das faixas disponíveis. São três os fatores determinantes que possibilitam a sintonia de emissoras em ondas curtas :
A hora do dia
A estação do ano ( verão, inverno, outono e primavera )
A atividade do Sol
Para ser mais exato, é o Sol que determina o que podemos sintonizar e quando. E é a Ionosfera - uma camada alta da atmosfera - a responsável pela condução das ondas de rádio, em especial das Ondas Médias e Curtas. E por sua vez é a atividade solar que afeta a forma como a ionosfera se comporta, determinando que durante o dia determinadas faixas de onda sejam próprias para transmissões de longa distancia, e à noite, outras faixas sejam utilizadas.
As ejeções resultantes da atividade do Sol
viajam até a Terra e distorcem o campo magnético terrestre, resultando em
atividade geomagnética. Estes fenômenos são determinantes para a propagação das
ondas do rádio, em especial as Ondas Curtas.
É por isso que as estações que transmitem em ondas curtas costumam utilizar diversas freqüências em bandas diferentes, para possibilitar alternativas de escuta ao maior número de regiões e durante o maior tempo possível ao longo do dia e noite.
Por exemplo, se estamos no Rio de Janeiro sintonizando a Radio Bandeirantes de São Paulo, e a Gaúcha de Porto Alegre por exemplo, ambas chegando com ótimo sinal, e, em determinado momento, começamos a notar queda na qualidade da recepção da Bandeirantes, é sinal que as condições de propagação para esta faixa de freqüência estão se alterando para a região de São Paulo. Neste caso, devemos tentar sintonizar a Rádio Bandeirantes em outras faixas, pois poderá ser possível a sintonia.
Em termos gerais, as faixas mais utilizadas no Brasil são 60, 49, 31 e 25 metros, sendo que também existem em operação emissoras em 90 e 120 metros.
Onda Médias - Durante o dia (entre 6 e 18 horas) somente é possível ouvir estações de curta distância (no máximo 100 km). Ao cair a noite é possível presenciar um fenômeno interessante que é a substituição das estações de curta distância pelas estações de longa distância. Aproximadamente 2 horas após o por do Sol a situação está normalizada e é possível fazer escutas de estações de milhares de quilômetros de distância.
Ondas Tropicais de 120 a 60 metros - Durante o dia é possível ouvir estações de algumas centenas de quilômetros de distância (200 a 300 km), mas ao cair da noite começam aparecer as estações de mais longe. Os melhores DX são feitos em horários próximos ao nascer e pôr do Sol quando é possível ouvir estações do outro lado do mundo. As faixas de Ondas Curtas nestas bandas possibilitam durante o dia, recepção razoavelmente boa num raio de até cerca de 400 km, dependendo da potência do transmissor. À noite, especialmente durante o inverno, podemos sintonizar emissoras situadas a milhares de quilômetros, devido à propagação ionosférica favorável nesta época do ano. No inverno em particular é normal sintonizarmos emissoras da África, Europa e Ásia, e também, emissoras do Norte e Nordeste do Brasil.
Ondas Curtas de 49 e 40 metros - Durante o dia é possível ouvir estações de centenas de quilômetros de distância (aproximadamente 500 km), mas ao cair da tarde já é possível ouvir estações de mais longe. As faixas começam a se fechar para o DX aproximadamente 2 horas após o nascer do Sol.
31 metros - Na faixa de 31m, a recepção é semelhante à da faixa de 49m, porém, com maior alcance, tanto à noite como durante o dia. Durante o dia, pode-se ouvir estações distantes, de até cerca de 2.000 km. Interessante notarmos, que logo ao amanhecer, podemos sintonizar estações distante milhares de quilômetros, em função das condições de propagação da ionosfera. Durante o inverno, as condições de propagação nesta faixa são melhores que no verão.
25 metros - Esta faixa é apropriada para a recepção de emissoras situadas à longa distância, normalmente sintonizamos emissoras internacionais. Quando a atividade solar está em intensa, a recepção é possível durante 24 horas. Em períodos em que a atividade solar estiver baixa, a recepção é melhor durante o dia e ao amanhecer. É possível fazer bons DX nestas faixas durante todo o dia e noite. Estas faixas começam a se fechar aproximadamente após 4 horas do nascer do Sol e se abrem logo à tarde, aproximadamente 3 horas antes do pôr do Sol. Durante o dia é possível captar estações de alguns milhares de quilômetros (cerce de 5000 km).
22 e 19 metros - Permanece quase sempre aberta, mas entre 11 e 17 horas somente estações de alta potência podem ser ouvidas. Logo pela manhã e à noite fica aberta para DX.
16, 13 e 11
metros -
Permanecem sempre abertas e são as que mais são afetadas pelos ciclos de manchas
solares que ocorrem a cada 11 anos. A última alta do ciclo ocorreu em 1989 e a
próxima alta será no ano 2000. Durante os períodos de baixa de manchas solares
(entre 1993 e 1996) poucas estações utilizam estas faixas e somente algumas
poucas estações de alta potência são ouvidas durante o dia. À noite é quase
impossível sintonizar alguma estação de potência média ou baixa.
Na tabela abaixo, estão resumidas as condições particulares de cada faixa, em função da estação e da hora do dia.
MHz | Características de Recepção |
26 | Dia - longa distancia, não sendo verão |
21 | Dia - longa distancia, todas as estações |
17-18 | Dia - longa distancia, todas as estações |
15 | Dia - longa e média
distancia, todas as estações Noite - longa distancia, primavera e verão |
13 | Dia - longa e média
distancia, todas as estações Noite - longa distancia, primavera e verão |
11-12 | Dia - media e curta
distancia, todas as estações Noite - longa e média distancia, primavera, verão e outono |
9 | Dia - média e curta
distancia, todas as estações Noite - longa e média distancia, todas as estações |
7 | Dia - curta distancia,
todas as estações Noite - longa e média distancia, todas estações |
5-6 | Dia - curta distancia,
todas as estações Noite - longa e média distancia, todas estações |
2-3-4 | Dia - curta distancia,
todas as estações Noite - média distancia, todas as estações |
Curta Distancia | < 1600 km |
Media Distancia | 1600 a 4000 km |
Longa Distancia | > 4000 km |
Nos receptores analógicos ou digitais que funcionam através de seleção de faixa, escolha a banda desejada e sintonize ao longo da banda até encontrar as emissoras. No caso de rádios digitais que permitem a sintonia direta informando a freqüência através de teclado, digite a freqüência que corresponde ao início ou término da faixa, e inicie a sintonia seqüencialmente, à procura das emissoras.
Detalhes da alocação do espectro de rádio * Requer Adobe Acrobat Reader |
Outro fator determinante nas características nas faixas de ondas curtas, é o ciclo solar de 11 anos, que é determinado pela quantidade de manchas solares que ocorrem na superfície do Sol. As manchas solares é um processo de liberação de energia magnética que causa grandes distúrbios na ionosfera de nosso planeta, assim, causando distúrbios na propagação, com certa regularidade. Como exemplo, nos anos de máximo solar, quando o numero de manchas solares atinge o seu numero Maximo, as faixas acima de 19 metros, ou seja, freqüências acima de 15.000 kHz até aproximadamente 30.000 kHz, se propagam muito melhor e por longas distancias. Em compensação, as faixas de ondas curtas abaixo de 19 metros, apresentam um comportamento pior em relação a propagação em longas distancias.
Como podemos observar, na realidade é o SOL que determina o que podemos ouvir, em que freqüência, em que hora do dia ou da noite, em que estação do ano, e conforme sua atividade solar. Logo, ao estudarmos os eventos solares, em relação as suas interações com as condições de propagação das ondas de rádio, estaremos nos preparando para praticar DXismo com embasamento teórico.
Estamos no chamado ciclo solar 23, cujo máximo ocorreu no ano de 2001. Atualmente, podemos visualizar no gráfico abaixo, a predição das condições do ciclo solar para os próximos anos.
Complementando o que já foi demonstrado na introdução a Propagação das Ondas de Rádio em HF, um importante componente de auxílio na procura de rádios distantes - a prática de DXismo - é o conhecimento da Gray Line, que em português significa "linha cinza". Como podemos ver na foto do satélite acima, nas áreas onde ocorre a transição do dia para a noite, as condições de propagação se alteram significativamente, permitindo praticar algumas escutas interessantes tanto no amanhecer como entardecer. Como exemplo, no inverno tem sido reportado a escuta de emissoras da Arábia Saudita em Ondas Médias - 1512 kHz - no Rio de Janeiro ao entardecer. Nesta hora, na Arábia Saudita está amanhecendo, o que torna propícia a propagação das Ondas Médias até o Brasil.
Acesse a página de Endereços na Internet referentes à rádio para encontrar sítios que mostram a Grey Line através de satélites em tempo real.
USANDO UM RADIO DE ONDAS CURTAS
Alguns radio escutas compram os mais caros rádios que podem adquirir mas se vêem desapontados quando não conseguem ouvir certas estações e outras coisas que querem ouvir. Acreditando que é deficiência do receptor, vendem para outros praticantes de escuta. Alguns meses depois, o proprietário original do receptor observa em boletins de clubes DX que o ouvinte que comprou seu receptor o está utilizando para ouvir todo tipo de DX raro. A explicação é porque é necessária habilidade para extrair o máximo de um rádio. Esta habilidade envolve o reconhecimento das condições de recepção e ser capaz de ajustar os controles do radio e suas características para a melhor recepção sob aquelas condições.
Usar um radio de ondas curtas, especialmente um modelo de comunicações, mostra que um conjunto de habilidades é necessário para obter o máximo desempenho, e para isto, é necessário tempo e esforço. Um radio escuta experiente usando um receptor mediano irá consistentemente obter melhor recepção, particularmente de sinais DX, que um inexperiente usando um radio de comunicações estado-da-arte.
Um ponto a ser entendido, é que o receptor não pode fazer tudo por si só. Um bom receptor deve ser conectado a um bom sistema de antena, devido ao receptor poder apenas trabalhar os sinais providos pela antena. E como podemos observar com o estudo da propagação, as condições de recepção representam a parte mais importante na determinação de se poder ou não ouvir uma estação. Estes condições mudam de estação do ano para estação ( e até de dia para dia ) e determina os limites reais do que é possível ouvir. Por exemplo, independente de quanto bom seja o receptor e a antena utilizada, será impossível ouvir uma estação da África em 90-metros durante a tarde aqui no Brasil.
A melhor forma de usar os controles do radio de ondas curtas varia com as condições de recepção e os sinais que se tenta captar. O uso correto do AVC/AGC de um radio e do branqueador de ruídos pode determinar se será possível entender o sinal ou não. O mesmo se aplica para o controle de ganho de RF. Por exemplo, muitos radio escutas encontram recepção melhor em SSB que se abre todo o volume de áudio do receptor e se usa o controle de ganho de RF como um controle de "volume". Este técnica não funciona com todos os receptores ou sinais, mas é o tipo de coisa que precisa ser aprendida através da experiência e pratica.
A seleção da largura de banda adequada é algo a ser aprendido com o tempo. É possível, por exemplo, sintonizar uma sinal AM de 6 kHz de largura usando um filtro de 2.7 kHz sem recorrer à técnica ECSS. Isto é feito através de sintonia de forma a receber a portadora AM original e um pedaço de uma das bandas laterais. Isto resulta em um áudio "cortado" e com perda de fidelidade, mas pode significar a diferença de um sinal legível e sua não identificação. O uso do PBT/VBT ou filtro "notch" para se alcançar melhores resultados é algo que precisa ser aprendido com o tempo e pratica.
Existem diversos "truques" que se aprendem na prática. Algumas vezes a melhor recepção de um sinal AM pode ser obtido através da sintonia de um kHz por exemplo, deslocado da freqüência da portadora. A melhor forma de aprender estas técnicas é tentar diferentes combinações dos diversos controles se utilizando por exemplo, das estações locais. Experimente sintonizar uma emissora potente local utilizando o modo USB ou LSB de seu rádio. Tente ajustar o controle de ganho de RF e utilize diversas larguras de banda disponíveis. É mais fácil aprender em sinais fortes como estes do que com sinais fracos em faixas congestionadas.
Deve-se desenvolver os ouvidos de radio escuta. A experiência leva a reconhecer sinais fracos enterrados em interferência de emissoras adjacentes que podem ser aprimorados através do uso de banda passante estreita ou ECSS. Os sinais DX, por definição, não são fortes e nem fáceis de serem notados. Os mais experientes ouvintes descobrem que algo está no "fundo do poço".
A localização do rádio e a posição da antena interna ou a telescópica original são importantes para a recepção satisfatória tanto em Ondas Curtas quanto em AM ou em FM.
Em Ondas Médias, o rádio portátil utiliza uma antena interna de ferrite que é direcional, logo, quando a recepção não estiver boa, é regra mudar a posição do rádio, até se achar uma direção adequada a melhor recepção. Para FM, utiliza-se a antena telescópica, que também poderá demandar uma mudança de posição para se conseguir melhor qualidade no sinal recebido.
Porém, em Ondas Curtas, alguns fatores são determinantes para uma escuta favorável : a antena e sua localização. Normalmente, o uso das antenas telescópicas embutidas nos receptores deverão nos proporcionar a escuta de emissoras potentes presentes nas diversas faixas dependendo do horário da escuta. Mas infelizmente, existem diversos fatores externos que prejudicam a recepção, são os ruídos elétricos produzidos pelo homem. Em especial nos grandes centros urbanos, as redes elétricas aéreas, a manutenção deficiente dos componentes de geração e transmissão de energia elétrica, o advento recente das lâmpadas eletrônicas mais eficientes, são grandes ofensores à prática da escuta das ondas curtas.
Observe que existe um ruído inerente as condições atmosféricas próximas a região da escuta, que afetam a qualidade da recepção. Estes ruídos podem ser provocados pelos fenômenos relacionados a propagação ionosférica, ou atmosférica, sendo que esta última, tem uma abrangência mais localizada. Resumindo, em dias de tempestades ou grande atividade elétrica na atmosfera, ouvimos em algumas faixas ruídos que se assemelham aos gerados por quedas de raios. Estes ruídos, não são atenuados por melhores antenas, pois estes se propagam na natureza junto com as emissoras que queremos sintonizar.
Uma "dica" para melhorar a recepção, é a adaptação de um fio elétrico de aproximadamente 7 metros de extensão e de 1 mm de diâmetro, com uma garra "jacaré" soldada na ponta do fio. Sem estender a antena telescópica, prenda a garra jacaré na base da antena telescópica, e mantenha o fio totalmente esticado, de preferência horizontalmente.
Caso o local da escuta seja em apartamento, deve-se primeiramente posicionar o rádio com a antena telescópica estendida próximo à janela. Caso o resultado não seja satisfatório, recolha a antena telescópica e fixe a garra "jacaré" a base da antena, e estenda o fio para fora da janela.
Tenha atenção em especial
quanto as condições de segurança, para que o fio não invada a janela dos
vizinhos abaixo, ou pior, não entre nos condicionadores de ar e cause um
acidente de graves proporções. Também, dê ciência aos moradores que estejam
abaixo, e explique para que serve o fio.
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