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     As Estações do Ano e a Propagação das Ondas de Rádio  | 
  
A propagação das ondas de rádio se 
relaciona com as estações do ano
Hoje vamos falar sobre um dos aspectos mais críticos a recepção de sinais de 
rádio, que é a propagação das ondas de rádio e a sua relação com as estações do 
ano.
Em encontros anteriores falamos que em ultima instancia, é o Sol, o principal 
astro de nosso sistema solar, que é o responsável pelo que podemos ouvir e 
quando podemos.
E estamos saindo do mês de julho em pleno inverno no hemisfério sul de nosso 
planeta Terra, o que nos traz algumas possibilidades de escutas bem 
interessantes não só em ondas curtas, como também em ondas médias, também 
conhecido popularmente como AM.
Ao contrário do que chegam a afirmar alguns livros, o inverno que é associado as 
temperaturas mais baixas, não é devido ao nosso planeta Terra estar mais longe 
do SOL, o que por sua vez implicaria que no verão a Terra estivesse mais próxima 
do SOL
Imagine a mesa a sua frente, e que no centro desta, está o SOL brilhando com 
toda sua imponência. E em ponto próximo do SOL, está o nosso planeta Terra 
girando ao redor do SOL, em um processo denominado de revolução ou translação.
Ou seja, em um intervalo de um ano, o nosso planeta completa uma volta ao redor 
do SOL, em uma órbita denominada elíptica, que na realidade, podemos enxergar 
como um circulo quase perfeito, porém, com um leve achatamento. No caso da 
órbita do planeta terra, este achatamento é em torno de 3 graus, o que significa 
que a distancia entre a Terra e o SOL varia muito pouco durante uma revolução, 
ou seja um ano.
Logo, podemos já imaginar que não é devido ao afastamento da Terra em relação ao 
SOL que ocorre o inverno.
Mas você deve estar se perguntando, o que esta questão de astronomia tem haver 
com o rádio de ondas curtas e a recepção das emissoras que estão nesta faixa ? A 
resposta é tudo : pois este é um dos aspectos bem interessantes da propagação 
das ondas de rádio e que necessariamente precisamos conhecer como veremos a 
seguir.
Pois bem, voltando a nossa mesa que está a nossa frente, tendo o SOL no centro e 
o planeta Terra em algum ponto em seu movimento de translação ao redor do SOL, 
em cima da mesa, existe a explicação para a existência da alternância das 
estações do ano, em especial quanto ao inverno e verão para simplificarmos nosso 
exemplo.
A Terra ao girar ao redor do SOL segue o mesmo plano imaginário da nossa mesa, 
porém, nosso planeta é inclinado em seu próprio eixo em torno de 23 graus, logo, 
no nosso exemplo da mesa, a Terra durante uma volta ao redor do SOL irá passar 
por quatro pontos bem distintos onde os ângulo de incidência dos raios de SOL na 
Terra serão diferentes, o que forma as quatro distintas estações do ano.
 

A inclinação dos planetas 
do Sistema Solar
Assim, o que faz o verão ou o inverno na realidade, é justamente a inclinação da 
incidência dos rádios solares em nosso planeta. 
Imagine que em determinado momento o hemisfério Norte está o mais perpendicular 
possível em relação ao SOL, assim, quando os raios atingem a superfície da Terra 
no menor ângulo possível, irá aquecer mais a superfície da Terra, causando assim 
mais calor. 
E ao mesmo tempo, o hemisfério SUL, estará mais inclinado em relação o SOL, 
diminuindo o ângulo de incidência dos raios solares na superfície da Terra, o 
que diminui a temperatura gerada na superfície, causando assim o inverno.
Experimente acender uma lâmpada bem potente em um abajur fixo na sua mesa, 
apontando exatamente de cima para baixo na superfície da mesa, por alguns 
instantes, a uma determinada altura . Observe como a mesa naquele ponto que está 
concentrado a luz da lâmpada irá se aquecer. Agora, mantendo a mesma altura da 
lâmpada no abajur, experimente inclinar a lâmpada, digamos uns 45 graus, de 
forma a iluminar não só um pequeno ponto mas iluminar uma grande parte da mesa. 
Você irá perceber que a mesa não esquenta tanto. 
Este é o principio das nossas quatro estações do ano. 

As Estações do Ano
			
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E finalmente, isto gera um 
fenômeno bem interessante, alias, vários fenômenos que afetam a propagação das 
ondas do rádio diretamente. 
Como no inverno os dias duram menos do que a noite, o SOL não carrega a tanto a 
ionosfera, que é a camada eletricamente carregada que está acima da atmosfera e 
que é responsáveis por hora absorver as ondas de rádio limitando o alcance das 
ondas de radio e hora refletindo as ondas, permitindo um alcance muito maior.
Assim no inverno, a ionosfera recebe menos raios solares, fica menos carregada 
eletricamente, e absorve menos as ondas do rádio, permitindo que as ondas de 
rádio sejam refletidas na ionosfera atingindo assim longas distancias. E isto 
acontece exatamente para as freqüências mais baixas das ondas curtas, ou seja, 
no inverno, recebemos melhor as freqüências abaixo de 9.500 khz, que é a faixa 
de 31 metros, passando pelos 49 metros, que é em torno de 6000 kHz até as ondas 
médias.
Por sua vez, as freqüências mais altas, como por exemplo a faixa de 13 metros, 
que é em torno de 21500 kHz, que necessitam de forte ionização da ionosfera para 
se propagarem, se tornam muito difíceis de atingir longas distancias.
É comum nesta época do ano, recebermos sinais das emissoras de ondas curtas que 
operam nas ondas tropicais dos estados do Nordeste e norte do Brasil, e o 
contrário é verdadeiro, como demonstram os informes de recepção de radioescutas 
ao longo do Brasil e do mundo.
E por sua vez, no hemisfério Norte que agora é verão, a propagação é bem 
diferente, ou seja, como regra a titulo de comparação, as melhoras freqüências 
para a longa distancia são as mais altas, e não as mais baixas.
Existem muitos outros aspectos interessantes sobre propagação das ondas de 
rádio, que nos possibilitam realizar a prática do DX, que é a sintonia de 
emissoras distantes e desconhecidas. Assim, sabendo em que época do ano nós 
estamos, quais as faixas de freqüências mais propicias a recebermos sinais de 
longa distancia, sabendo também quais são as horas do dia, tanto no amanhecer 
como no anoitecer onde a noite é mais longa, podemos ouvir estações do outro 
lado do mundo.
Para fechar com um exemplo de um excelente DX, nosso amigo Celio Romais de Porto 
Alegre conseguiu sintonizar em Porto Alegre bem cedo, próximo ao amanhecer, 
emissoras em ondas tropicais de Papua Nova Guiné na Oceania e do Japão, que é do 
outro lado do mundo durante a Estação do Inverno.
Durante esta época do ano após o anoitecer, é possível ouvir diversas emissoras 
do extremos norte do Brasil, assim como diversas emissoras internacionais, 
inclusive da Europa, em ondas médias inclusive.
Por isso fique atento ao seu rádio, pois conhecendo um pouco sobre esta ciência 
tão interessante que é a propagação, você poderá escutar emissoras bem distantes 
que provavelmente só daqui a um ano você conseguirá sintonizar de novo.
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