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A Internet nunca irá substituir o rádio


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Satélites falham. A Internet pode ser parada. Ondas curtas, é hoje o único meio em que você pode mandar uma mensagem e Ter certeza que ninguém poderá censurá-la, e nem poderá pará-la." (HCJB)
 

É fato inconteste a grande importância da Internet no mundo atual. Sua presença no desenvolvimento de negócios novos e tradicionais é absoluta, dispensa maiores apresentações. Também, no mundo acadêmico, cultural e ainda de forma incipiente, na distribuição de conteúdo de entretenimento e notícias em tempo real.

Tanto que a Internet vem complementar a lacuna existente da não divulgação de notícias e história de tantos povos, que não interessam aos grandes detentores dos meios ge comunicação globalizados. A Internet é utilizada pela grande maioria das emissoras de ondas curtas na divulgação de notícias, eventos, cultura enfim, tudo relacionado aos seus respectivos países.


Sítios de emissoras de Ondas Curtas na Internet

Entretanto, a Internet, a mais poderosa e difundida ferramenta de mídia a disposição de nossa civilização nunca irá substituir o rádio. E o pior : não é por questões tecnológicas. É verdade que para que a tecnologia da Internet substitua a rádio com a sua abrangência local, seriam necessários muitos bilhões de dólares de investimento em infra-estrutura de telecomunicações e informática. E aí está o principal problema : o capitalismo com seu atual modelo de concentração de renda dentro do contexto da globalização, conseqüentemente  limita a capacidade de acesso as inovações tecnológicas por uma grande maioria; assim sendo, não conseguirá justificar o retorno destes investimentos. Logo, o rádio continuará por muitos e muitos anos como o principal ( senão o único ) meio de comunicação em grande parte do globo terrestre.

Nos ataques recentes dos Eua e Inglaterra ao Afeganistão, o primeiro alvo - o número 2 aliás em todas as guerras - foi a destruição das torres de TV e rádio. O primeiro alvo normalmente é a verdade dos fatos. O mesmo ocorreu em Kosovo recentemente. Durante a destruição em massa da infra-estrutura destes países, o rádio de ondas curtas era a única forma da população obter informações do que acontecia ao seu redor. Tanto que os próprios Eua levaram transmissores móveis de ondas curtas e até houve distribuição de rádio para alguns povoados, de forma a transmitir em idioma nativo - Pashtun - propaganda oficial da guerra que promoviam.

É fato que a Internet é uma poderosa fonte de informações, mas sempre será um complemento ao rádio, pois este tem abrangência mundial, não requer computador, linha telefônica, pagamento de assinatura de acesso, nem está limitado ao espaço físico. Com um simples rádio podemos escutar as emissoras de forma geral, a qualquer hora e em qualquer lugar, sem sermos rastreados conforme ocorre na Internet, e sem sermos censurados e policiados.

Atualmente, a maioria das emissoras internacionais de ondas curtas está na Web através de seus respectivos sítios, algumas inclusive, disponibilizam as transmissões em tempo real utilizando a tecnologia de streaming. Além de importantes informações institucionais, grande parte utiliza para publicar notícias, cursos de idiomas, cultura de seu país e também, utilizam a ferramenta de correio eletrônico como uma forma de comunicação com os ouvintes.

A Internet E A PRIVACIDADE

Não só nas democracias frágeis ou inexistentes, mas nos ditos ícones liberais, o controle e monitoração dos meios de comunicação é um fato amplamente discutido em todas as sociedades ocidentais. Seja através da censura direta, da monitoração do conteúdo divulgado, da proibição de transmissões em radio freqüência ( TV, FM, AM e OC ) nos países em questão, até a monitoração das correspondências trocadas pelos cidadãos.

A escuta de rádio é um meio que não é tecnicamente possível de ser rastreado. O indivíduo ao utilizar o seu rádio de forma reservada, não será monitorado, ou seja, o conteúdo ao qual está ouvindo na emissora sintonizada não será conhecido por ninguém. É devido a esta característica, que alguns países proíbem ora a fabricação e importação de rádios de ondas curtas, ora impõem restrições quanto à faixa de cobertura dos rádios. A própria Sony, fabrica algumas versões especiais para fornecimento à determinados países.

Não existem barreiras políticas e geográficas para as ondas de rádio, em especial as ondas curtas. As leis da natureza não podem ser controladas pelos desejos de governantes. Se não é possível montar uma emissora para enviar mensagens no seu próprio país, utiliza-se outro lugar para se transmitir os programas desejados. E ponto.

Ao contrário da Internet, que sua tecnologia avançada possibilita não só o rastreio em tempo real do que está foi acessado, mas principalmente, a monitoração do conteúdo que está sendo acessado e quem o está acessando.

Seja através de email, através de  comunicações criptografadas ou não, e também nas salas de conversação - mais conhecidas como chat - a privacidade do cidadão está ameaçada. A pretexto do combate ao terrorismo (?!) foi desenvolvido o sistema Carnivore para permitir a monitoração do que trafega na Internet. Atualmente, uma entidade particular foi criada nos Eua para exercer a plena cidadania de combater tal prática indiscriminadamente, e para tal, criaram um sítio para sua ampla divulgação no mundo.

A CONVERGÊNCIA DE MÍDIAS E A Internet

Um fato que não podemos negar é que as mídias estão convergindo para a Internet. Estamos presenciando um momento de convergência entre a tecnologia e os meios de comunicação. Principalmente os meios de massa - como o rádio, a TV e os jornais - estão cada vez mais presentes na grande rede.

Com o advento da telefonia celular digital e os grandes avanços tecnológicos refletidos nos sistemas GSM e os novos 3G, não só a voz será transportada pelas ondas do rádio para comunicação pessoal, como em especial o acesso à Internet será veloz e extremamente difundido através deste meio, seguindo a máxima de se estar conectado a grande rede à qualquer hora e em qualquer lugar. Direcionado especialmente à oferta de produtos à um grande público - dentro desta premissa - poderá se acessar o conteúdo da Internet através de telefones celulares que mais se aproximam a pequenos computadores portáteis.

Com a chegada da convergência tecnológica ,as pessoas serão capazes de fazer compras pela televisão, navegar na Internet pelo rádio do carro, fazer transações bancárias pelo celular, entre outras possibilidades. A tecnologia está aí à nossa disposição. Por trás dela, existem interesses de grandes companhias motivadas pela lucratividade de seus negócios. Empresas de vários setores estão se munindo de parcerias e fusões para facilitar o compartilhamento de suas tecnologias e fazer com que elas conversem entre si, e dentro de nosso foco de radio difusão, não necessariamente objetivando a difusão de notícias e entretenimento através deste meio.

Apesar dos grandes avanços tecnológicos, deverão ser desenvolvidos novos modelos de negócios para tornar economicamente viável esta premissa. Neste aspecto, o rádio difusão comercial continuará a desempenhar seu fundamental papel de utilidade pública, e em especial, continuará a ser talvez o único meio de comunicação de massa para grandes partes do mundo, e as Ondas Curtas continuarão desempenhando papel fundamental nas sociedades regionais e mundiais.

Atualmente verificamos a tendência irreversível de se disponibilizar na Internet a transmissão de áudio e também de imagens em tempo real ou por demanda através da Internet. São inúmeras as possibilidades de uso desta tecnologia chamada streaming, porém, para que seu uso tenha qualidade aceitável, é necessário ainda um grande investimento em infra-estrutura de rede; não só a ampliação de backbones, como especialmente o provimento de acesso abanda larga ao usuário final. E novamente, a questão financeira é um dos pontos chave para sua popularidade, haja visto a necessidade de aquisição e manutenção de computadores, linhas telefônicas de alta velocidade ou cable modems compartilhando acesso as televisões à cabo.

Outra questão importante a ser ainda equacionada para viabilizar esta tecnologia, é a questão dos direitos autorais, haja visto que na grande rede os protocolos são abertos, e em tese também não há barreiras geográficas. A entidade não governamental Save Internet Radio foi fundada para defender os interesses da liberdade de divulgação na rede de conteúdo multimídia.

A BBC DE LONDRES E A Internet

O grande acontecimento - negativo podemos afirmar - ocorrido em 2001 no mundo das ondas curtas, foi o encerramento das transmissões em inglês do BBC World Service direcionadas para os EUA e Austrália. O que poderia significar o fim das transmissões em ondas curtas pela BBC, na realidade é negado pelo chefe de Relações de Imprensa Mike Gardner que assegura que não é o caso : "Nós reconhecemos que as ondas curtas serão o principal meio de obtenção de audiência para nossos serviços por um considerável período de tempo. Nós estamos cientes de que as ondas curtas continuarão a ser o sistema dominante de entrega de informações através dos quais a maioria de nossos 153 milhões de ouvintes acessam o Serviço Mundial ao redor do globo."

Quando ocorreu o anúncio de que as transmissões para os Eua e Austrália seriam encerradas, uma avalanche de ouvintes irados começou a reclamar diretamente a Embaixada Britânica e aos postos diplomáticos nos Eua, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, e também diretamente ao Parlamento Britânico. Uma coalizão internacional denominada "Coalition to Save the BBC World Service" foi imediatamente formada para coordenar e liderar um movimento que demandava a reconsideração da decisão pela BBC. O sitio da Web foi criado para concentrar estes esforços e algumas importantes teses de defesa das Ondas Curtas.

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