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Radio Central de Moscou
(ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas)

Radio Voz da Rússia

 

Breve História

Durante o auge da Guerra Fria, o rádio teve um papel fundamental e ímpar na história. Era através do rádio de ondas curtas, que tem alcance global, que as ideologias e propagandas eram divulgadas em larga escala e com grande abrangência geográfica.

A Radio Moscou começou suas emissões de rádio em 1922 com a estação de transmissão RV-1 na região de Moscou. Em 1925 um segundo centro transmissor foi ao ar em Leningrado. A Radio Moscou então estava transmitido em onda média e onda curta em Inglês, Frances, Alemão, Italiano e Árabe a partir de 1939. A Radio Moscou de fato expressou através de suas emissões sua grande preocupação com a ascendência do ditador alemão Adolf Hitler durante a década de 1930, e seu serviço em Italiano em onda média foi interferido por ordem do então ditador italiano Benito Mussolini nos fins da década de 1930.


Logotipo da Rádio Central de Moscou

As transmissões regulares de Moscou a países estrangeiros começaram em 1929, em alemão, francês e inglês. Estas foram as primeiras experiências de radiodifusão internacional no mundo. Somente três anos depois do início das transmissões regulares de Moscou, começaram as transmissões internacionais da BBC e dentro de 13 anos – da Voz da América.

Em 1° de agosto de 1932 a Rádio Moscou começou a falar no idioma espanhol. Desde o início a radiodifusão internacional teve a finalidade de fazer propaganda dos êxitos da edificação socialista na URSS. Parte dos ouvintes estrangeiros tinha simpatia pela União Soviética e sintonizavam a Rádio Moscou acreditando sinceramente que neste país se criava a sociedade mais justa. Muitos ouviam Moscou por curiosidade. Entretanto não se podia saber através das transmissões daqueles anos a que preço se realizavam as grandes construções do socialismo e transformações radicais no campo.

Mas nos anos 30 ocorreu visível fortalecimento do tema internacional na Rádio Moscou. Sobretudo nos anos da guerra civil na Espanha. O destino da Espanha republicana preocupava o mundo e as pessoas em diferentes regiões do planeta esperavam notícias sobre os acontecimentos nesse país. Então aumentou visivelmente a quantidade de cartas da América Latina, cujos autores pediam para que a emissora expressasse através dos  programas a sua solidariedade com os republicanos espanhóis. E da própria Espanha vinham cartas agradecendo o apoio dos soviéticos à causa justa da República no combate contra o general Franco rebelado, do lado do qual estavam Hitler e Mussolini. Às vezes chegavam 600 cartas por dia, em muitas haviam dezenas de assinaturas. Nestas mensagens contavam que ouviam os programas da Rádio Moscou coletivamente em empresas, cafés da cidade e em povoados.

Quando em 1941 a Alemanha nazista atacou a União Soviética, a Rádio Moscou levou a seus ouvintes informação objetiva sobre o que ocorria. Isto foi sobretudo importante durante as grandes batalhas de Moscou, Leningrado, Stalingrado. Da Alemanha partiam ininterruptamente informações sobre a queda inevitável dessas cidades. A voz de Moscou levava à distante América Latina informações cheias de otimismo da Frente Oriental. Estes boletins, que eram transmitidos de todos os teatros de operações militares, eram impressos não apenas em boletins clandestinos da resistência nos países ocupados da Europa, mas também em diferentes edições da América Latina. Eram transmitidos também por muitas emissoras de rádio latino-americanas, ao lado de matérias do Bureau de Informações Soviético.

Praticamente ao mesmo tempo que terminou a Segunda Guerra Mundial começou a guerra fria e a Rádio Moscou novamente ficou na linha de frente. Os aliados de ontem da coalizão anti-hitlerista transformaram-se em poderosos adversários.

A guerra fria colocou a Rádio Moscou, bem com o a Voz da América, na ponta da luta entre dois sistema sócio-políticos. Cada uma das partes fazia propaganda de foram muito agressiva. Também a América latina tornou-se arena da luta ideológica. O confronto no ar aumentou sobretudo depois da vitória da Revolução Cubana, que proclamou a construção do socialista ao lado da maior potencia capitalista. A contraposição de dois sistemas sócio-políticos com sua ininterrupta corrida armamentista e constante ameaça de desencadear um conflito militar custou muito caro para o mundo. Nas relações entre as duas grandes potências surgiram muitas vezes situações em que a guerra fria poderia se transformar em quente.

Como o exemplo maior que foi o cerco naval á Cuba devido ao posicionamento de tropas e mísseis balísticos da então União Soviética neste país, que já havia se tornado independente dos Estados Unidos com a Revolução Cubana.

Nos dias dramáticos da crise do Caribe, a humanidade chegou muito perto da catástrofe nuclear. No momento mais crítico da crise do Caribe, quando a situação poderia escapar ao controle, o Kremlin deu um passo incomum. Foi decidido transmitir através das ondas da Rádio Central de Moscou, com urgência, a mensagem em resposta ao presidente dos EUA, concordando com a retirada imediata das tropas soviéticas de Cuba , sem esperar que ela chegasse à Casa Branca por canais diplomáticos.

O mundo foi informado sobre a decisão do Kremlin – inicialmente em noticias urgentes em inglês e espanhol e depois em outros idiomas. O importante era fazer essa declaração o mais depressa possível e para que todos ouvissem, e evitar ações militares que poderiam ter resultado catastrófico para ambas as partes. No mesmo dia a Casa Branca publicou a mensagem em resposta de Kennedy a Khruchov. A crise do Caribe foi superada e o mundo suspirou aliviado, afastando-se da beira do abismo nuclear.

E a Guerra Fria ainda assim prosseguiu por um longo tempo, até a remodelação da então União Soviética em idos de 90.

A atmosfera rigorosa da a guerra fria colocava condições difíceis aos observadores e dirigentes de redações. Alguns profissionais, quando não seguiam rigorosamente os dogmas comuns, com freqüência podiam ser punidos. Aliás, a luta ideológica no ar não impedia que a Rádio Moscou fizesse programas, que independentemente da conjuntura política, tinham interesse perene e humano e contribuíam para a ampliação do público ouvinte. No período da guerra fria nos programas da Rádio Moscou sempre estava presente o tema da solidariedade.

Naqueles anos na Espanha governava Franco, muitos países latino-americanos estavam sob o poder de ditaduras militares. A Rádio Moscou pronunciava-se em defesa de políticos destacados e cidadãos simples perseguidos lá. A Voz de Moscou chegava às prisões. Programas especiais de rádio eram preparados para o Paraguai, Uruguai e Argentina. Mas uma página inesquecível e especial nos anais da radiodifusão estrangeira foi o programa “Escuta Chile”, que foi ao ar diariamente durante os 16 anos e meio de governo da junta de Pinochet e era um constante dor de cabeça para ela.

Depois da desagregação da União Soviética mudou totalmente a face da emissora, aliás, justamente então a Rádio Central de Moscou passou a ser chamada de Voz da Rússia a partir de 1991.

Radio Voz da Rússia

A Rádio Voz da Rússia transmite em Português para o Brasil e Portugal além de outros idiomas.

Se antes ela fazia propaganda do marxismo-leninismo, agora os programas deixaram de ser ideológicos. Neles estão presentes diferentes opiniões, que refletem o pluralismo político de nossa sociedade. Segundo o  redator chefe do Serviço de radiodifusão em espanhol, Leonard Kossitchev, a emissora conservou as melhores tradições jornalísticas. Mudaram em comparação com os tempos da Rádio Central de Moscou também o público ouvinte estrangeiro da Voz da Rússia, que se tornou mais jovem. Aumento a camada dos homens de negócios.

Naturalmente que, como emissora de rádio estatal, a Voz da Rússia transmite aos ouvintes o ponto de vista oficial do governo sobre os acontecimentos no mundo. E este ponto de vista é interessante para o público ouvinte, como indicam as correspondências recebidas pela redação.

Eis as palavras de ouvinte de Madrid, M. Garcia:  “No primeiro dia em que descobri a Voz da Rússia, fui atraído pelos seus comentários sobre a guerra na Iugoslávia, que se diferenciavam dos que eram apresentados por nossos jornais, rádio e televisão. Aqui nada dizem sobre o terror que a Otan lançou sobre o país balcânico. Então em decidi que vou ouvir Moscou sem falta. Desde então estou com vocês praticamente todos os dias”.

Aliás, justamente em abril de 1999, quando aviões da OTAN bombardearam a Iugoslávia, no site da Voz da Rússia foi aberta uma fita especial de informação que despertou enorme interesse. Desde então toda vez que ocorre agravamento da situação internacional – seja a guerra no Iraque ou agravamento do conflito do Oriente Médio – a emissora observa grande aumento do interesse do público da Voz da Rússia.

Segundo os critérios básicos –abrangência da informação, qualidade de apresentação, comodidade para os usuários, o site da Voz da Rússia foi incluído em um dos mais prestigiados catálogos da Enciclopédia Britânica. Assim que, se não for possível ouvir os programas da Voz da Rússia, por algum motivo, pode-se a qualquer momento do dia, contornando o receptor de rádio, conhecer a informação da Rússia através da Internet.

Abaixo, exemplo de material enviado aos ouvintes mais regulares da Radio Central de Moscou, na década de 80. Este livro de 26 folhas, escrito em Russo, descreve as diversas culturas de suas então Repúblicas Socialistas, com fotos de locais e diversas etnias, descrição de locais turísticos, grandes construções de infra-estrutura, e naturalmente, visando mostrar ao mundo seu desenvolvimento e seus ideais.
 


 


Capa do livro impresso em 1980.


Contra capa.


Bandeiras das 15 Repúblicas Socialistas Soviéticas.


Bandeiras das 15 Repúblicas Socialistas Soviéticas.

 


Fotos e relatos da diversidade e desenvolvimento da então União Soviética.

 


Divulgação de fotos e características culturais das diversas etnias da então USSR.



Fontes :

Rádio Voz da Rússia http://portuguese.ruvr.ru/
Rádio Central de Moscou

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