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Local de Escuta e Acessórios - "Shack" |
Local de Escuta
O local de escuta a ser escolhido, deve ser o mais acolhedor possível para se passar longas horas à procura e escuta de emissoras. Alguns acessórios são muito úteis, como gravador de fita cassete, relógio digital ajustado para a hora UTC, e um ótimo fone de ouvido. Dependendo do equipamento e da aplicação da escuta, pode-se acoplar o receptor ao computador, através de interface serial e software próprio para controle, além de se acoplar a saída de áudio do receptor a placa de som do computador, para permitir a decodificação de código Morse e outras modalidades de transmissão, gravação de programas e sinais de identificação em formato digital.
Atualmente, o pior ofensor para a prática da escuta de Ondas Curtas, nos grandes centros urbanos são os ruídos elétricos e interferências produzidos pelo Homem. Iniciando-se pelas atuais lâmpadas eletrônicas, rede de transmissão elétrica "suja", falta de aterramento adequado nas instalações prediais, TVs e outras fontes, poluem e dificultam bastante as escutas. Alguns paliativos devem ser implementados, a começar pela escolha do local menos sujeito a tais tipos de ruídos, utilização de baterias para alimentar os rádios e ser muito criativo na montagem de suas antenas e o pior, no seu posicionamento caso se resida em apartamentos.
Outra possibilidade dependendo do receptor a ser utilizado, é o acoplamento de caixas acústicas amplificadas, as mais comuns sendo as destinadas a microcomputadores. Desta forma, pode-se melhorar a qualidade do som, e também, receber som estéreo de receptores FM que só decodificam este modo através de fone de ouvidos - como no caso do Sony 7600G por exemplo.
Os livros de referencias técnicas e catálogos de emissoras internacionais e suas grades de programação e freqüências, são também uma ótima fonte de informações que auxiliam a prática da radioescuta.
Um importante dispositivo de auxilio às escutas é um gravador de fita, não só para auxiliar a identificação da emissora, como também em alguns casos, submeter a gravação à estação para obter o cartão QSL de confirmação. Normalmente, esta técnica é adotada em relação as estações utilitárias. As gravações também podem ser convertidas a posterior das escutas, para os formatos digitais de forma a serem disponibilizados na Internet, ou até enviados para as estações junto aos informes de recepção. A vantagem em realizar a gravação do audio em fita cassete para processamento e digitalização em fase posterior, é a ausência da interferência causada pelo computador e seus periféricos, que geram ruídos na recepção quando os receptores são acoplados diretamente as entradas da placa de som.
Gravador de fita cassete Panasonic ainda em
produção
Receptores e Antenas
Como regra geral, os receptores portáteis são projetados para funcionarem com suas próprias antenas telescópicas. Entretanto, os modelos topos de linha, acompanham antenas normalmente em forma de carretel que armazenam de forma adequada para o transporte o fio a ser estendido ou até opções mais sofisticadas de antenas ativas compostas por circuitos eletrônicos que amplificam os sinais. No caso de alguns receptores portáteis Sony - incluindo o 7600GR em diante - Sangean e Grundig, acompanham a antena em questão que é acoplada normalmente na ponta de sua própria antena telescópica. É uma opção excelente para melhorar a recepção e para transportar em viagens.
Antena "de carretel" fornecida com alguns
modelos de radio portáteis, como o Sony 7600GR
Para possibilitar a prática da escuta de Ondas Médias de emissoras distantes, utilizo a antena loop de ferrite RGP3. O nome da antena se origina nas iniciais do pesquisador que a desenvolveu aqui no Brasil, René Gustavo Passold. Esta antena consiste em bastonetes de ferrite acondicionados no interior do tubo plástico, e enrolado com fio de cobre conectado a um capacitor variável dentro do tubo. Na realidade, trata-se de um circuito LC, que através do capacitor variável, entra em ressonância com a freqüência desejada, e, através da proximidade com a antena de ferrite interna do receptor, há o acoplamento indutivo. Esta é uma excelente opção para auxilio nas ondas médias, até porque possui o atributo de ser portátil.
Receptor Grundig próximo a antena de ferrite
loop RGP3
Outra antena loop eficiente para Ondas Médias é a DZ-60. Segue o mesmo principio do circuito ressonante LC, porém, o núcleo do indutor não utiliza ferrite, e sim, o próprio ar. A origem do nome remonta ao seu desenvolvedor, Denis Zoqbi, que através de um processo de estudo teórico e construção de antenas de diversos diâmetros, padronizou este tipo de antena com diâmetros de 45 e 60 centímetros. Basicamente, quanto maior o diâmetro, maior o ganho, ou seja, na prática, a antena se torna mais direcional podendo anular emissoras interferentes e até mesmo fontes de ruído elétrico nas proximidades. Esta antena, apresenta maior sensibilidade do que a RGP3. Sua utilização, é através de acoplamento induzido, perpendicular ao indutor, sendo a freqüência de ressonância ajustada através do capacitor variável. Logo, ambas antenas em questão para Ondas Médias, tem suas vantagens específicas, especialmente no quesito portabilidade.
Ambas as antenas, para conveniência de uso, são apoiadas em uma base giratória, para permitir rotacionar todo o conjunto, na busca do melhor rendimento da escuta.
Antena Loop DZ-60, desenvolvida para Ondas
Médias por Denis Zoqbi
Um interessante acessório para auxiliar a escuta, é o suporte acrílico confeccionado pelo DXCB. Este suporte permite a operação de receptores portáteis de pequeno a grande porte, de forma segura e confortável. O mesmo está a venda através da página do DX Clube do Brasil.
Suporte acrílico para receptores fornecido pelo
DXCB
Por sua vez, os receptores de mesa mais sofisticados são projetados de forma a possibilitarem a expansão de suas funcionalidades e até as faixas de recepção. No caso do receptor Icom R75 que utilizo, instalei a placa UT-106 AF-DSP que na saída de áudio do circuito de radio freqüência ( sinal demodulado ) converte os sinais de analógicos para digitais possibilitando a filtragem do som. È uma ótima opção para atenuar ruídos indesejáveis presentes em grande parte do espectro de freqüência das ondas curtas ( conhecido como Noise Reducer ) e filtro de heteródinos ( conhecido como Auto Notch ).
Modulo de processamento digital de
sinais utilizado nos receptores e transmissores Icom
No gráfico a seguir, podemos observar a forma de onda de áudio sem a redução de ruído e com a redução de ruído processada pela placa UT-106 AF-DSP.
Outro opcional importante que auxilia a escuta é a instalação de filtros de diversas bandas de freqüência, seja para possibilitar ouvir emissoras que estejam sendo interferidas por outras adjacentes, ou até para utilizar outras técnicas de demodulação para melhorar a qualidade da recepção em caso de escutas difíceis. Um exemplo prático, é o uso do SSB para a escuta de emissoras que transmitem broadcast - na sua maioria absoluta todas utilizam a modulação AM ( a mesma usada pelas emissoras de Ondas Médias ). No caso do Icom R75 existem dois slots vagos para a instalação de dois filtros opcionais um para cada estágio de freqüência intermediária de 9Mhz e 455kHz. Os filtros instalados opcionalmente foram o FL-102 de 2.8 kHz em 9MHz e FL-257 de 3.3 kHz em 455kHz.
Pode-se ter uma idéia da complexidade e principalmente integração dos componentes eletrônicos deste receptor Icom, quando comparado aos equivalentes baseados em transistores. O desenvolvimento da micro eletrônica tem tornado possível o uso de micro processadores de processadores de sinais cada vez mais compactos e sofisticados. Observe as setas azuis que apontam para os filtros opcionais e a placa UT-106 AF-DSP.
Vista do interior do receptor Icom
IC-R75
A antena que utilizo no Icom é conceitualmente chamado de dipolo de meia onda - no meu caso dimensionada para a faixa de 40 metros. Esta antena posicionada adequadamente apresenta desempenho satisfatório. Sua grande vantagem em relação ao fio estendido - mais conhecido como longwire - é a captação de menos ruído e sua melhor diretividade. Nesta antena dipolo utilizo um balun Van-Gorden adquirido na Universal Radio com transformação de impedância de 4:1. Naturalmente, este tipo de antena é utilizada em ondas curtas, para recepção de ondas médias, são normalmente utilizadas as denominadas "long-wire".
Balun e detalhes da confecção da antena dipolo
alimentada por cabo coaxial
Dispositivos Passivos
Especialmente nos grandes centros urbanos, onde há proximidade das torres de transmissão de emissoras de FM e TV, pode haver forte sobrecarga de radio freqüência no circuito de entrada dos receptores. Isto tende a causar o aparecimento de sinais espúrios e prejudica muito a seletividade dos receptores. Uma das formas de minimizar a interferência de altas freqüências, em especial acima de 30 MHz, é a utilização de filtros PASSA-BAIXAS. A Electril fornece filtros específicos para uso em transmissores de radio amador, para eliminar o denominado RFI - interferência de radio freqüência em faixas acima de 30 MHz que causam interferências em receptores de televisão e FM - como o FPB30. Este filtro apresenta freqüência de corte de 40 MHz, atenuando em até 80 db a faixa de VHF. Apesar de fabricado inicialmente para uso em transmissão - eliminar os harmônicos dos transceptores das estações de radio amador - pode ser um grande auxilio à recepção de Ondas Curtas, pois, a corrente de alta freqüência induzida na antena é atenuada antes de entrar no circuito de RF dos receptores.
Filtro Passa-Baixa fabricado pela Electril
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