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História das Ondas Curtas

A História do Rádio por quem a faz


Jornalista Célio Romais
Porto Alegre, RS - Brasil

Versión española

Este novo projeto do Jornalista Célio Romais visa resgatar a importância da rádio de Ondas dentro do contexto histórico mundial. Entrevistando personagens diretamente relacionados as grandes emissoras internacionais, Célio Romais aprofunda a visão histórica das Ondas Curtas, delineando um cenário determinante na compreensão do papel da rádio na difusão de informações e cultura. Em um mundo em constante turbulência, a informação correta e a compreensão de outras culturas passa a ser de crucial importância para a formação das sociedades.

Sarmento Campos

Radio Cairo - Entrevista: Veronica Balderas
DEUTSCHE WELLE - Entrevista : Annelie Johannemann
BBC de Londres - Entrevista: Monica Villela
Radio Bulgária - Entrevista: Venceslav Nikolov
Radio Bulgária - Entrevista: Ludmila Petra
Radio China Internacional - Entrevista: Guilherme Korte


Radio Cairo - Entrevista: Veronica Balderas
 
Verónica Balderas: "O rádio permite um entendimento claro sobre diversos aspectos da civilização egípcia"
 
 
1) Desde quando a Rádio El Cairo transmite em espanhol e desde quando você trabalha como locutora da emissora?
 
"A União de Rádio e Televisão Egípcia começou a transmitir seus programas radiofônicos no ano de 1932. O programa dirigido para a América Latina e Espanha começou suas emissões no ano de 1962. Atualmente, transmitimos na banda radiofônica de onda curta de 25 metros, nas freqüências de 11755 e 11790 kHz, e via satélite, através do NiloSat, a 7 Graus Oeste, freqüência de 11766 Ghz, polaridade horizontal, SIMPO 27500, no programa 7. Nosso e-mail é: radioelcairoespa@yahoo.com e a direção postal: Rádio El Cairo en Lengua Castellana, Apartado Postal 566, El Cairo, Egipto. Começamos às 0045 UTC e a duração é de uma hora e 15 minutos. Eu nasci em 1975, na Cidade do México. Cheguei para trabalhar, no Egito, na Rádio, em julho do ano de 2000. Meu nome completo é Verónica Balderas Iglesias e sou a locutora em seis dias da semana. Na quinta-feira, emite a Sra. Assia Lamarty, que tem nacionalidade egípcia. Nossa diretora é a Sra. Sanaa Makled e as supervisoras são Naglaa e Iman. Os locutores suplentes são Mahmoud e Mohamed e as pessoas da redação, Nancy e Rana."
 
2) Que importância tem o rádio e especialmente a onda curta no mundo de hoje?
 
"É vital para dar conhecimento ao papel de líder político que exerce o Egito não somente no Oriente Médio, mas também em nível mundial. O rádio permite aproximar os ouvintes à cultura egípcia não somente histórica, mas ainda a contemporânea. Permite um entendimento mais claro sobre diversos aspectos desta civilização e fortalecer as relações de amizade. Também o objetivo é dar conhecimento da verdadeira natureza da paz do Islã e a religião copta ou cristã ortodoxa egípcia. O Cairo é uma cidade cosmopolita e todo o país conta não somente com monumentos arqueológicos, mas com potencialidade para o turismo esportivo, de safári, religioso, de saúde e cultural."
 
3) Que momentos especiais marcaram seu trabalho em frente aos microfones da Rádio El Cairo?
 
"Cada segundo, em frente dos microfones, é especial. Não somente constitui uma fonte de informação para o público, mas também um recurso para meu próprio crescimento profissional e pessoal. A objetividade é a chave de nosso trabalho."
 
4) Que mensagem você mandaria para os ouvintes da Rádio El Cairo?
 
"Cada um de vocês é muito importante para nós. Agradecemos seu interesse e prometemos seguir entregando cem por cento de nosso esforço para estreitar as relações humanas e culturais em cada rincão do mundo. Contem sempre com nossa amizade!"

Verónica Balderas Iglesias

A Rádio Egito começou a transmitir em 31 de maio de 1934, e no programa em espanhol dirigido a América Latina e Espanha em 1962. A Rádio Cairo tem atualmente programas em 35 idiomas em onda curta transmitindo 550 horas diárias ao exterior. O atual chefe da Radio Cairo é o Sr. Omar Batisha.

Clique no botão para escutar a abertura do programa em espanhol
na voz de Veronica Balderas.

Veronica Balderas Iglesias é locutora do programa dirigido para a América Latina e Espanha da União de Rádio e Televisão Egípcia (  onda curta 31 metros 9415 khz e 49 metros 7260 khz 00:45 UTC ). Com 7 anos de experiência nos meios de comunicação, é também correspondente internacional de televisão e periodista na imprensa escrita.

Sra. Assia Lamarty, é locutora à frente dos microfones da Radio Cairo à terças-feiras. Tem integrado a equipe de profissionais do programa em espanhol há mais de 15 anos e é também oficial do consulado da Embaixada da Argentina no Cairo.


Sra. Assia Lamarty

Radio El Cairo en Espanol
Dir Gral. Sanaa Makled Dir.Dr Ahmed
Loc.Veronica Balderas,Assia Lamarty,Bruno
Red.Naglaa,Mahmoud,Mohamed,Nancy,Rana

Junho - 2003


DEUTSCHE WELLE - Entrevista : Annelie Johannemann

Annelie Johannemann e a Voz da Alemanha : "O futuro das ondas curtas é digital, não tenho dúvida alguma."

1) Quanto tempo trabalhas na DW?

No dia 16 de dezembro de 2003 são exatamente 21 anos e meio.

2) Quanto tempo a DW emitiu em português para o Brasil?

O início oficial das emissões em português para o Brasil foi em Maio de 1962, mas já antes dessa data, a partir de 1959, houve programas transmitidos para o Brasil.

3) Quais os momentos que marcaram aquelas emissões em português, na tua opinião?

Na minha opinião toda a programação – produzida por brasileiros para brasileiros – mostrou como se faz um programa radiofônico para o exterior cumprindo a missão determinada por lei: divulgar uma visão ampla da realidade política, econômica e cultural na Alemanha. Fiquei muito triste quando foi tomada a decisão de não continuar com as emissões em português para o Brasil. Apesar de tantos protestos formulados por ouvintes no Brasil, por entidades como consulados, cámaras de comércio etc., as emissões foram encerradas. Os colegas da redação brasileira estão agora integrados no departamento DW-Online, desta vez servindo-se do meio de comunicação mais moderno da DW, da Internet, para divulgar as informações sobre a Alemanha e o mundo: (www.dw-world.de).

4) Desempenhaste alguma função naquela redação em português ou somente no TB – Departamento Técnico?

Nunca desempenhei uma função direta na redação, mas houve sempre um clima de amizade e uma cooperação excelente entre os dois setores. 

5) Qual a importância que o TB – Departamento Técnico da DW dá às emissões em ondas curtas?

O Serviço de Informação Técnica, onde eu trabalho, faz parte dum departamento maior que em inglês se chama: Transmission. O nome já indica que é a tarefa prioritária deste departamento cuidar das diferentes modalidades de emissão: ondas curtas e médias, poucas frequências de FM em algumas metrópoles e satélite. As emissões em ondas curtas continuam tendo grande importância em muitas regiões do mundo, sobretudo em países onde não há liberdade de imprensa e de opinião. As ondas curtas estão perdendo terreno, isso sim, em regiões, onde a maioria das pessoas tem acesso livre a meios de comunicação mais modernos: tv e/ou rádio por satélite ou pela internet. Assim as emissões em inglês da Deutsche Welle já não podem ser sintonizadas, em ondas curtas, na América do Norte e na Austrália e na Nova Zelândia. 

6) Ondas curtas e o futuro. Qual a tua opinião?

O futuro das ondas curtas é digital, não tenho dúvida alguma. A Deutsche Welle está desempenhando um papel importante nesse processo da transição de um sistema para outro. Todos aqueles que não estejam em condições de comprar novos receptores logo, podem ficar tranquilos: A mudança definitiva para o sistema digital se realizará daqui a muitos anos. Estou convencida de que as ondas curtas continuam importantes, pois serão o único meio de comunicação que não possa ser controlado de verdade e que não respeite barreiras ou fronteiras. Além disso há cada vez mais pessoas que preferem ouvir emissões de rádio sem equipamento sofisticado, sem computador ou receptor de satélite, simplesmente „armado“ de um aparelho de rádio.

7) Faça uma pequena biografia de sua carreira na DW.

Aprendi o português na Universidade de Heidelberg, e depois do exame final estava procurando um emprego. Em 1982 o departamento técnico da DW estava procurando uma pessoa que soubesse falar português para cuidar dos ouvintes do Brasil, de Portugal e dos países de língua oficial portuguesa da África. Posso dizer que continuo gostando do meu trabalho interessantíssimo que me permite alargar o meu horizonte a cada dia.


BBC de Londres - Entrevista: Monica Villela

Monica Villela e seu trabalho na BBC: "informar cada vez mais o que acontece no mundo de maneiras clara e precisa"

1) Quanto tempo trabalhas na BBC Brasil?

Resposta: "Cheguei à redação brasileira da BBC em julho de 99 após ser aprovada em um concurso que a empresa fez no Rio de Janeiro, estado onde nasci".

2) Algum momento já marcou ou tem marcado seu trabalho na emissora?

Resposta: "Vários. O mais forte, no entanto, foi 11 de setembro de 2001 quando tivemos que cobrir os atentados contra os Estados Unidos, de Londres. Depois deste dia, destacaria 7 de outubro do mesmo ano quando anunciei para o Brasil em nosso programa de ondas curtas, o início da guerra americana no Afeganistão. Era só o começo de uma história que mudaria o mundo".

3) Como é a convivência com o trabalho de busca da imparcialidade, que é a marca da BBC?

Resposta: "É um exercício diário de checagem da informação, de busca pela correção e exatidão. A todo momento, precisamos estar atentos para a importância vital da imparcialidade, como você próprio destacou. Para nós na BBC, o juiz é o ouvinte, é o leitor".

4) As ondas curtas: ontem, hoje e o amanhã. Qual a sua opinião?

Resposta: "As ondas curtas prestaram um serviço enorme ao rádio e criaram uma cultura, uma história que jamais serão apagadas. Ouvintes de ondas curtas formam uma audiência especializada. Se no Brasil, somos o segundo mercado de rádio do mundo, há países na África, por exemplo, onde as ondas curtas ainda são a melhor forma de se ouvir rádio. Com o advento do rádio digital tudo isso muda, mas ainda há algum tempo para chegarmos lá".

5) Seu trabalho na emissora tem sido recompensado pelo ouvinte e direção?

Resposta: "A BBC é uma empresa que investe no funcionário e dá a ele a possibilidade de ser criativo. Obviamente, o volume de trabalho para quem faz notícia nunca é pequeno, mas isso nos dá prazer: poder informar cada vez mais o que acontece no mundo de maneiras clara e precisa. Sempre fico contente quando recebo emails de ouvintes ou elogios de colegas que acompanham meu trabalho aqui. O público aliás é a minha razão de existir profissionalmente".

6) A BBC Brasil e o ouvinte brasileiro. Na sua opinião, qual a importância desta relação?

Resposta: "Creio que essa relação sempre foi muito sólida. Não estou falando só do passado ou do tempo da ditadura quando a BBC prestou um grande serviço ao país, mas também do presente. Cada vez mais firmamos contratos com emissoras brasileiras que se interessam pela nossa programação e, o jornalismo internacional que fazemos tem um caráter ímpar para o ouvinte. Ou seja, creio que com mais interatividade e mais oportunidade de nos conhecermos melhor, esta relação só tenderá a se tornar ainda mais sólida".

Monica Valéria Villela - trabalha na BBC Brasil desde julho de 1999. Ex-repórter da revista Manchete e da TV Manchete, também atuou nas rádios Fluminense FM, Rádio Relógio, 98FM e Globo FM. Nos anos 90, Monica trabalhou na Deutsche Welle enquanto fazia seu mestrado em Ciências Políticas e Lingüística na Alemanha.

Agosto 2003


Radio Bulgária - Entrevista: Venceslav Nikolov

Venceslav : "Segundo, Radio Bulgaria y sus programas para el exterior en lenguas extranjeras son una excelente y fidedigna fuente de información sobre lo que ocurre en toda la Península Balcánica y el Sureste de Europa que cuando, como ahora, no hay conflictos bélicos y gentes de distintas etnias y religiones matándose, se ve sumido en el olvido informativo prácticamente absoluto."

1) Desde quando a Rádio Bulgária transmite em espanhol e desde quando você trabalha na emissora ?

“Radio Bulgaria transmite en español desde 1957, o sea desde hace 46 años. Yo trabajo en la emisora desde 1964, o sea desde hace 40 años. Con algunas cortas pausas en que estuve en el exterior: enseñando lengua y civilización búlgara en La Habana, Madrid y México.”

2) Bulgária e o mundo. Qual é o papel da Rádio Bulgária e de sua programação ao exterior ?

“El papel de Radio Bulgaria y de su programación para el exterior es muy grande. Primero, porque en el mundo no hay prácticamente ningun medio de comunicación que ofrezca a diario una infiormación tan detallada como variada sobre todos los aspectos de la vida de un país pequeño como es Bulgaria. Si no fueran estos programas, el mundo no sabría absolutamente nada de Bulgaria que, por no ser una gran potencia, estaría siempre fuera de los focos de los massmedia y el mundo seguiría pensando que somos un país comunista, que nuestro pueblo es húngaro y que nuestra capital es Bucarest. Y más todavía en regiones tan remotas de la nuestra como es por ejemplo América Latina. Segundo, Radio Bulgaria y sus programas para el exterior en lenguas extranjeras son una excelente y fidedigna fuente de información sobre lo que ocurre en toda la Península Balcánica y el Sureste de Europa que cuando, como ahora, no hay conflictos bélicos y gentes de distintas etnias y religiones matándose, se ve sumido en el olvido informativo prácticamente absoluto. Nuestros oyentes saben muy bien que escuchando regularmente Radio Bulgaria, pueden estar al tanto de lo que ocurre en este rincón balcánico del globo terráqueo. Ninguna otra fuente de información - ninguna - está tan bien enterada de los asuntos balcánicos como lo es Radio Bulgaria. Ahora bien, lo que todavía nos falta por hacer es mejorar la calidad periodística de la información que proporcionamos, hacerla más variada, más “vendible”, si se quiere, resaltar sus aspectos que más pudieran interesar a los oyentes para llegar con mayor facilidad a la audiencia: cosa en que los periodistas “occidentales” nos llevan todavía una importante delantera. Bueno, en esto hay que tener en cuenta que ellos disponen de recursos decenas e incluso cientos de veces mayores, sus transmisores son muchísimo más potentes. Nosotros hacemos nuestro trabajo con lo poco que tenemos como país empobrecido por el régimen comunista que tuvimos aquí medio siglo, hasta 1989, y como país en difícil transición a la democracia y la economía de mercado: etapa que aún no ha terminado, como tampoco ha terminado el empobrecimiento del pueblo, ya en condiciones de democracia.”

3) Que importância tem a rádio e especialmente a onda curta no mundo de hoje ?

“La onda corta la radio en general tienen un gran papel en el mundo de hoy. La televisión le hace una fuerte competencia a la Radio como vehículo informativo pero dado el propio carácter de los dos medios, la radio siempre se le anticipará a la TV en la rapidez con que puede ofrecer la información, y siempre será perdedora en cuanto al aspecto espectacular que la TV le puede dar a cualquier noticia. De manera que los dos massmedia se completan. Y al menos en el próximo decenio o dos - digo yo - la Radio y la onda corta no dejarán de jugar un papel de suma importancia.”

4) Que momentos especiais teria marcado seu trabalho à frente dos microfones da rádio ?

“¿Momentos especiales? Para mí todos los momentos en que estoy al frente del micrófono de la radio son especiales, en mayor o menor grado. Nunca he hecho mi trabajo como locutor como quien hace algo por obligación y no invierte nada o casi nada en ello. Siempre he tratado de presentar el texto leído de manera tal que pueda convencer a quienes me escuchan de que creo en lo que les digo, y no que les digo algo que no creo. Bueno, a veces he leído ante los micrófonos de la Radio Búlgara cosas que yo no creía, por ejemplo, en la época comunista, elogios a nuestro Gran Hermano Mayor la Unión Soviética y su fenomenal Partido Comunista y a sus líderes, que a propósito iban muriéndose como moscas, y a nuestros fieles y serviciales dirigentes comunistas que guiaban a Bulgaria hacia un futuro que no podía ser menos que luminoso. ¡Mentiras! Entonces sí que leía los respectivos textos de manera llana, uniforme, sin entusiasmo, sin color en la voz. Y algunos oyentes nuestros lo notaban y , cuando nos conocíamos personalmente, me lo decían y nos reíamos, aunque la cosa no era para reírse mucho. Pues todos o casi todos los momentos en que estoy ante los micrófonos de esta Radio son para mí especiales. Ahora bien, uno de los momentos más especiales dentro de esos momentos siempre especiales fue cuando di la noticia del triunfo de la selección búlgara de fútbol frente a Alemania, por 2 a 1, en el inolvidable /para los búlgaros/ Mundial de EEUU, de 1994. ¡Bulgaria, un país que nadie sabía dónde estaba en el mapa, ganaba las medallas de bronce en un Mundial, clasificándose cuarta en el mundo!”

5) Que mensagem você mandaria para os ouvintes de rádio da Rádio Bulgária ?

“Les mandaría el siguiente mensaje: Ojalá esta Radio Bulgaria y mi modesta presencia en su equipo de periodistas pueda llegar muchos años más a Brasil, a toda América, a España, a toda Europa y a todos los países del mundo como una embajadora de la amistad de un pueblo pequeño que trata de crecerse espiritualmente , de conocer y de ser conocido mejor, de mejorar, de ganarse dignamente la cooperación de las otras naciones, grandes y pequeñas, para ayudar, aunque sea muy poco porque mucho no puede ayudar, a que este mundo entero sea mejor. Para que el bien triunfe sobre el mal, y no al revés.”

6) Qual é o segredo para se ter uma voz tão perfeita ?

 “Mil gracias, Célio, por esta calificación de que tengo la voz perfecta. Perfecta no es, pero en esos casi 40 años de trabajo ante el micrófono he tenido la posibilidad de cultivarla en todos los aspectos, para que agrade a los oyentes. Bueno, modestia aparte, en mi juventud quise ser actor, y de ahí me quedó cierta artisticidad que, gracias a Dios, no llegué a perder, como algunos compañeros de otros programas. Y ahora sigo procurando exprimir esta dote tal vez innata todo lo que puedo. Pienso con mucha inquietud en el momento, que ya se avecina peligrosa e inexorablemente, en que tendré que jubilarme. No sé cómo podré vivir sin la Radio, fuera ya de la Radio, lejos del micrófono. Será para mí un cambio muy duro. Pero hay que vivir hasta el final, ¿no? Un fuerte abrazo, Celio, y gracias por la atención.”


Venceslav Nikolov
No detalhe à esquerda, em evento em Sófia

 

Junho 2003


Radio Bulgária - Entrevista: Ludmila Petra

Ludmila Petra: "A onda curta constitui uma ponte a larga distância, que facilita a comunicação entre pontos geograficamente distantes, de uma maneira absolutamente democrática, sem exigir recursos técnicos e sofisticados para sua recepção"

1) Desde quando Rádio Bulgária transmite em espanhol e desde quando você trabalha na emissora?

" A Rádio Bulgária transmite, em espanhol, desde 1957. De minha parte, integro a lista de funcionários, desde 1º de abril de 1996. Antes desta data e durante muitos anos prestei serviço como colaboradora externa. Ocomeço desta colaboração remonta a princípios dos anos 70, quando dei meus primeiros passos com algumas entrevistas. Nos anos posteriores, apresentei, com freqüência, os noticiários e outros programas." 

2) Bulgária e o mundo. Qual é o papel da Rádio Bulgária e de sua programação para o exterior?

 "A razão de ser da existência e do funcionamento da Rádio Bulgária é precisamente dar a conhecer a voz deste país na combinação internacional. Nossa programação, dirigida exclusivamente ao exterior, se propõe a apresentar a história e o patrimônio cultural do povo búlgaro, suas tradições e seu modo de vida na atualidade, com seus problemas e seus êxitos."

3) Que importância tem o rádio e especialmente a onda curta no mundo de hoje?

" A incidência do rádio como meio de comunicação me parece, fora de qualquer dúvida, por muito mais importância que se atribuià televisão e os meios visuais em geral. O rádio nos acompanha, nos informa, amplia nossos conhecimentos, nos sugere pontos de vista diversos, enfim, é amigo fiel e leal em todo momento e a qualquer hora do dia e da noite. A onda curta constitui uma ponte a larga distância, que facilita a comunicação entre pontos geograficamente distantes, de uma maneira absolutamente democrática, sem exigir recursos técnicos e sofisticados para a sua recepção. Se a onda curta se manterá ou não na competição com meios mais modernos de indiscutível avanço como a Internet, é uma questão cuja resposta todavia estamos para ver no futuro. Entretanto, creio que ainda hoje tem seu direito de existir e ser respeitada."   

4) Que momentos especiais teriam marcado seu trabalho em frente dos microfones da rádio?

" Fazer rádio dá especial satisfação, porque permite estar em contato com um grande número de pessoas, em sua maioria desconhecidas a título pessoal, as quais, umas chegam a nos fazer sentir como amigos de muitos anos. A resposta que recebemos dos ouvintes a informação que brindamos desde este país balcânico é impressionante. Especialmente emotivos me dão resultados os programas da correspondência, um espaço semanal de grande êxito de audiência. Uma marca profunda tem deixado em minha memória a resposta entusiasmada de nossos ouvintes na participação dos concursos que temos convocado. O último foi no ano passado, por ocasião do 45º aniversário das transmissões em espanhol desta emissora. Também têm sido muito importantes, para mim, os programas que dediquei a escritores latino-americanos: José Marti foi o caso mais recente; antes fiz trabalhos sobre Miguel de Unamuno, a Geração de 98, Rafael Alberti ..."  

Visite o sítio da Rádio Bulgária e acesse a grade de programação e freqüências

Junho 2003


Radio China Internacional - Entrevista: Guilherme Korte

Korte: "As ondas curtas trazem as informações que serão vetadas nas rádios locais do Brasil"
 
1) Quanto tempo trabalhaste na CRI e quais eram suas atribuições no Departamento de Português?

"Eu trabalhei no Departamento de Português da Rádio Internacional da China durante três anos, de janeiro de 2000 a janeiro de 2003. Eu fazia o serviço de redação, edição e revisão dos textos traduzidos dos companheiros do Departamento."
 
2) Teve um momento especial, especialmente na locução, que recordas?

"Existiram muitos momentos interessantes, que marcaram. Um deles foi a entrevista com o então Presidente Fernando Henrique Cardoso, que enviou uma mensagem homenageando os 40 anos do serviço de português da CRI. Foi um momento histórico, muito importante, pois demonstrou o interesse do Presidente do Brasil com um serviço de comunicações da China em divulgar a China no Brasil e nos países lusófonos. Recebíamos muitas cartas de ouvintes brasileiros dos mais distantes rincões, como Acre, Roraima, interior do Pernambuco, Sergipe, Piauí, Mato Grosso do Sul; de pessoas demonstrando interesse na China. Fiz diversas entrevistas neste período, entre elas, com o atual Presidente Luiz Ignácio Lula da Silva, Deputado José Dirceu, Antônio Palocci, então Prefeito de Ribeirão Preto; deputados e empresários brasileiros de diversos estados e regiões. Percebi, em todos eles, grande interesse no mercado e na cultura chinesa, mas não sabiam como acessar tal mercado. Um dos programas que não esqueço foi o anúncio da invasão do Afeganistão, e quando um grupo de fanáticos da seita Falungong morreram, após um ato de auto-imolação da Praça da Paz Celestial, entre elas, uma criança. Por este programa recebi um prêmio da Rádio."
 
3) As ondas curtas, o rádio e o futuro. Qual a sua opinião?

"As ondas curtas jamais vão acabar. Apesar das programações locais atraírem maior interesse do público, milhares ouvem ondas médias e curtas, principalmente no campo. O Brasil possui 25% da população no campo, e nas madrugadas este público busca informações nas ondas curtas. O rádio é o meio mais rápido e mais eficiente de colocar a notícia e as ondas curtas são as mais rápidas neste sentido. Serviços como a BBC, RFI, DW, Nederland, e outras dezenas, podem não servir para o público comum, mas os serviços de informações de todos os países, do exército, marinha e aeronáutica acompanham atentamente estes noticiários. Prever o futuro é obra dos deuses e seus correligionários, mas posso sonhar com um rádio que capte ondas digitais, com milhares de rádios de todos os cantos do mundo, de som estéreo, com possibilidade de interagir com ouvintes de outras regiões no mundo. Hoje, por onde viajo, levo meu 12 faixas da Sony e, durante a madrugada e pela manhã, busco informações que possivelmente serão vetadas pelas redações das rádios locais do Brasil. "
 
4) Existe o outro lado da notícia , em relação à China, que não é divulgado pela mídia ocidental e qual é o papel da CRI neste contexto?

"As notícias da China, no mundo, são absolutamente inócuas em relação à realidade histórica, cultural e social do momento chinês. Um mundo, de 1,3 bilhões de pessoas, com mais de 56 etnias completamente distintas entre si, com sua culinária, arte, cultura e modo de vida são desconhecidos do Ocidente. Milhares de informações diárias que seriam de grande valia aos ouvintes de todo o ocidente são deixadas de lado por diversos motivos. A propaganda dos anglo-saxões, incluídos os estadonidenses, é mais forte e mais eficaz do que a poderosa e virtualmente herança da milenar cultura chinesa, deixando de fora a propaganda do governo chinês. Uma rádio estatal, de ondas curtas, serve para divulgar a cultura de uma nação aos quatro cantos do mundo. E a CRI o faz com muita dedicação e responsabilidade, levando-se em conta as devidas proporções econômicas, culturais e sociais. A compreensão da cultura chinesa exige uma tradução muito fiel e, ao mesmo tempo, adaptada à cultura do idioma e do povo que recebe esta informação e a CRI. O seu corpo de tradutores o faz com coerência e dedicação. A comunicação entre nações de idiomas diferentes é feita através dos tradutores, uma tarefa árdua e sensível. Entre o idioma oficial chinês, o Putonhua ( mandarim) e o português existe um universo de diferenças e uma das pontes entre os dois povos  - chinês e os falantes do português - é a Rádio Internacional da China. Muitas notícias de fatos que ocorrem na China são considerados de interesse nacional pelos dirigentes chineses e não são divulgadas pela CRI. O Brasil e a China têm muito em comum, apesar das distâncias culturais e geográficas. São culturas complementares e podem ser países muito próximos tanto em interesses estratégicos como econômicos e turísticos. Acredito, depois de três anos do outro lado da Grande Muralha, que nós, jornalistas, devemos buscar melhores informações sobre a China, para mostrar ao público brasileiro uma China aos olhos dos interesses dos brasileiros."
 


Guilherme Korte

Olá ouvinte da Radio Internacional da China, sou Guilherme Korte, brasileiro nascido na cidade de São Paulo. Fui convidado para ocupar o cargo de especialista no departamento de língua portuguesa. Cheguei em Beijing no dia 5 de janeiro do ano 2000. Durante o vôo, com a duração de 30 horas, vinha pensando o que encontraria num lugar tão distante e com uma cultura diferente da qual fui criado. Assim que o Sol nasceu na janela do avião, olhei para baixo e vi uma pacífica e suave paisagem com seus montes e planícies cobertos com o manto branco do inverno. Era o Gobi, o Deserto de Gobi. Lá do alto, devido ao ar seco característico dos desertos, podia se ver a linha de trem, que liga a capital, Beijing ao interior do país, atravessando a Mongólia interior, tingindo aquela imagem que jamais sonhei que veria. Quando desembarco do avião, uma surpresa: um aeroporto em estrutura de aço e vidro, funcional, podendo ser comparado a qualquer grande aeroporto internacional do mundo. O movimento é intenso, diversos aviões na fila para voar. O aeroporto fica a 17 quilômetros da capital, durante o caminho vejo muita terra arada, aguardando a primavera para o plantio. Fiquei animado.

Estou hospedado no antigo Friendship Hotel, com 1900 apartamentos, foi construído em 1954. Quartos espaçosos, com cozinha, uma sala e um quarto de dormir, estou bem instalado. Na parte interna do hotel, alguns jardins bem cuidados, que agora estão cobertos de neve. O povo chinês, apesar de não entender o idioma que falo, ajuda e orienta quando mostro o endereço do local aonde quero ir escrito com as palavras em caractere Chinês. A população anda bem vestida, quase não se vê pedintes na rua. No primeiro almoço, a convite do pessoal da rádio, fiquei apreensivo sobre o que iria comer. Serviram sete pratos, entre eles, carne de porco com legumes, frango, broto de bambu, amendoim e muitos vegetais. Os pratos na sua maioria eram quentes, isto é, com algum tipo de pimenta, algumas mais fortes outras mais fracas. Têm um feijão, muito parecido com a nossa fava branca, uma delícia.

A cidade tem 13 milhões de habitantes e como toda grande metrópole enfrenta os problemas de poluição do ar, com um milhão e duzentos mil carros nas ruas de Beijing, o transito é parecido ao de São Paulo, com uma grande diferença: O motorista respeita os ciclistas e os pedestres, que atravessam em qualquer lugar e a qualquer momento na frente dos carros, mesmo nas grandes avenidas. Passa a impressão de que é uma grande confusão, mas todos os dias chegamos com o ônibus da rádio, sem nenhum problema, pelo menos até agora. Um comercio moderno e movimentado. Muitos shopping centers, lojas, supermercados e milhares de bicicletas. Estou feliz em poder colaborar com você, ouvinte da rádio Internacional da China, programa em língua portuguesa, com interesse neste rico e sábio povo. Estarei alguns momentos ao seu lado, no programa "A China aos meus olhos".

Depoimento extraído do sítio da Radio Internacional da China

 
Agradecimento : tradução do português para o espanhol pelo dexista argentino Arnaldo Slaen slaen@ciudad.com.ar 
 
Maio - 2003
 

Versión española

 

Célio Romais - Jornalista e Bacharel em Direito, também escritor de um livro dedicado ao radio em Ondas Curtas, alia a visão jornalística da atualidade do radio, à crítica inteligente dos eventos relacionados à radio difusão. Colaborador do programa Altas Ondas, transmitido pela Rádio Voz Cristiana e também de programas transmitidos pela Rádio HCJB e RDP Internacional, integra a coordenação do DX Clube do Brasil, onde escreve artigos para os boletins periódicos e colabora com diversos programas dedicados ao rádio. Mais informações sobre as emissoras e programas dedicados aos radioescutas e dxistas, podem ser encontradas aqui.

 

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